Entropia, de Alexandre Marques Rodrigues, me chamou atenção justamente pelo nome. Não que eu seja muito fã de Termodinâmica nem nada, mas o conceito em si, de uma grandeza que mede a desordem das partículas de um sistema físico, é muito interessante. Eu não imaginava o que esperar do livro, que é bastante complexo — pelo menos para mim — e terminei a leitura com uma sensação de confusão gigante em minha cabeça.
No começo, achei de verdade que se tratava de um livro de contos. Só após alguns capítulos lidos percebi que as histórias, que na minha cabeça eram desconexas, estavam totalmente interligadas. Constantina, Roberto — ou Bernardo? — e Cecilia (mulher e gata) são personagens tão intrincados que não consigo simplesmente falar deles aqui. Para ser sincera, não consigo entendê-los. Por exemplo, como é que Cecilia aceitava a vida dupla do marido? E como Constantina simplesmente se contentava em ser a outra, se contentava com um relacionamento tão distante e precário? Por quais motivos Roberto insistia em manter uma vida dupla? São várias perguntas que eu simplesmente não consigo responder e se o livro as tiver me dado, não consegui encontrá-las, entendê-las.
A diagramação do livro foi um baque para mim. Os parágrafos são iniciados com letras minúsculas e há várias palavras começando com letras maiúsculas em meio a uma frase. Se Alexandre Marques optou por trabalhar assim para causar uma certa estranheza no leitor, claramente conseguiu. Li Entropia inteiro morrendo de gastura daquilo e infelizmente meus olhos não conseguiram se acostumar.
Creio que o livro em si foi feito para incomodar o leitor, tirá-lo de sua zona de conforto. O sexo está tão presente que acabou se tornando personagem principal do livro. Algumas cenas são tão impactantes que me tiraram do eixo, alguns pensamentos e vontades dos personagens são tão desconcertantes que acho até desnecessário falar sobre eles aqui. E por falar em pensamentos e vontades, para mim, o ponto alto do livro foi o tipo de narração escolhida, sob o ponto de vista dos três — ou quatro — personagens principais, que como já sabemos, nos dá a chance de pelo menos tentar entender a história como um todo por meio de variados sentimentos.
Infelizmente, Entropia não conseguiu me agradar. Fiquei tão confusa com a história, com o enredo, com os personagens que, quando por fim terminei de ler, fiquei me perguntando se realmente entendi alguma coisa. É claro que não descarto a informação de o problema estar comigo, ou simplesmente de o desejo do autor ser realmente causar essa confusão, mas a verdade é que eu não gostei nem um pouco.
Título Original: Entropia
Autor: Alexandre Marques Rodrigues
Páginas: 304
Editora: Record
Livro recebido em parceria com a editora
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Oiii Ana, como vai
ResponderExcluirinfelizmente dessa vez a obra em si não despertou meu interesse, mas fico feliz de ter tido a oportunidade de ler a sua resenha.
Beijinhos
É uma pena que o livro tenha te decepcionado, pensei que o livro era contos, não sabia que eram interligados, alem disso concordo que algumas diagramações atrapalham a leitura, não leria, pelo livro ser confuso e por ter sexo muito presente
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEu não conhecia o livro, mas a premissa da obra não me chamou a atenção. Realmente parece um livro confuso e ainda somando o sexo mega presente, me faz querer passar longe da leitura.
Ainda assim, parabéns pela resenha sincera!
Beijos!
Oi, Ana!
ResponderExcluirNão conhecia o autor (nem o livro para falar a verdade), mas a ideia da história parece interessante, apesar dos pesares - mas por parecer também tão confuso não sei se leria. É uma pena que o livro não te agradou, mas faz parte né? Não tem como a gente gostar de tudo nessa vida haha
Bjs!
Oi, Ana!
ResponderExcluirNão conhecia o livro e nem o autor, mas infelizmente isso não faz grande diferença já que não entendi nem mesmo o que pode ser a proposta do livro. Ok, você citou a estranheza que o autor pôde querer passar, mas se for isso mesmo, ele definitivamente passa longe da minha pilha de leitura. Personagens que se submetem a um relacionamento duplo e/ou sem sentido assim, o quê? E sobre o fato do sexo ser quase o protagonista do livro, então, me abstenho de mais comentários e já digo que não vou lê-lo, sorry, rs.
Beijos!
♥ Sâmmy ♥
♥ SammySacional ♥
Olá Ana Clara!
ResponderExcluirEu não conhecia o livro e nem o autor, mas depois que você comentou sobre a narrativa confusa que não te agradou, acredito que não é um livro que eu leria, já que a premissa é diferente do que costumo ler normalmente.
Dessa vez vou passar a dica.
Beijos.
Eu fiquei confusa já com sua resenha (não que ela esteja ruim), então acredito que a leitura seja mesmo muito confusa. Eu realmente não sei o que pensar dessa obra, e nem se leria no momento. Gosto de leituras desafiadoras, diferentes do que estou acostumada, mas ultimamente estou em uma vibe de leituras leves e rápidas, sabe? Nada de complicado. hahaha
ResponderExcluirbeijos
http://www.apenasumvicio.com
Olá tudo bem??
ResponderExcluirÉ tão ruim quando o livro não consegue nos conectar, ainda mais com histórias confusas, não sei se leria justamente por isso, não gosto muito de leituras assim, ótima resenha!!
Beijus
www.biblitecaempoeirada.com.br
Oi Ana.
ResponderExcluirSua resenha ficou ótima mas to aqui sem fazer a mínima ideia do que se trata o livro UHASUAS
Esse bagulho todo parece ser muito doido, é legal sair da zona de conforto mas acho que não desse jeito né? Não entender o livro é bem paia. Não quero nem chegar perto dessa história, sinceramente.
O livro é bom. Perspicaz e inovador. O que precisa, na verdade, é de leitores calejados, acostumados a procurar novos conceitos e vanguardas nas obras que leem. Alexandre cria uma nova percepção de narrativa em sua estrutura, adequada ao conceito carimbado no título; para perceber isso são necessárias adequações que venham do leitor, não do autor. Recomendo ler Bolaño, Maurício de Almeida, Raduan Nassar entre outros para que você, novíssima (como pessoa e, acredito, como leitora), ganhe mais robustez antes de analisar demais livros fora do básico.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa, pelo que você falou, vou passar bem longe desse livro. Acho que acabaria não gostando nada também, principalmente por causa dessa coisa das letras maiusculas e minusculas, ia morrer de gastura também. Não gosto quando me sinto confusa em uma história e sinto que não me acrescentou em nada. Gostei muito da sua sinceridade.
ResponderExcluirUm abraço!
http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/
Oi Aninha, coisa linda.
ResponderExcluirTa vendo só? Você conseguiu fazer a resenha \o/
Esse seu livro me lembrou um que eu li, meio que de crônicas Eu Sei que vou te amar, do Arnaldo Jabor, e pra mim foi uma das piores coisas que li na vida. Mas livro é sempre aquilo, sempre tem público, uns gostam outros não. Acho que definitivamente eu não sou público pra esse livro que você resenhou.
Beijo