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16 de outubro de 2019

Rosalie Lightning: Memórias Gráficas | Tom Hart



Eu não conhecia o trabalho de Tom Hart até ter contato com Rosalie Lightning, um memorial sobre a filha do autor, que faleceu sem explicação antes mesmo de completar dois anos de idade. O autor concorreu com essa obra ao Prêmio Eisner em 2017. Além disso, é Best Seller #1 do The New York Times. Tudo, certamente, muito merecido, na minha opinião. Semanas depois de ter finalizado esse livro, ainda sinto dificuldades de falar sobre ele. Ainda sinto que invadi a cabeça e o coração de Hart, de certa forma, de tão pessoal e dolorosa que é essa história.

A narrativa mescla passado e presente, mas sem seguir uma ordem cronológica. Ao mesmo tempo em que nos mostra recordações felizes da época em que Rôzi ainda era viva, também nos mostra o presente cheio de escuridão sem a presença dela. Um filho muda a vida de qualquer pessoa, não é difícil imaginar. Também não é difícil imaginar que, depois do nascimento de um filho, os pais passam a se perguntar como puderam viver tanto tempo sem aquele serzinho. Perdê-lo, então, deve ser uma dor terrível, insuportável, e Tom Hart consegue evidenciar esse sentimento de forma magistral.

Então, sim, Rosalie Lightning é um quadrinho sobre dor, sobre como é viver — ou existir — após perder um filho. Mesmo as memórias felizes são tristes, porque sabemos o que vem depois. Portanto, já gostaria de avisar que não indico essa história para pessoas que perderam algum ente querido recentemente, ou pessoas com algum quadro de depressão e/ou ansiedade, porque a quantidade de gatilhos é gigantesca. É uma história pesada, forte, extremamente angustiante, e não existe nenhum final feliz. Rosalie nunca vai voltar a viver, não é mesmo?

Eu não deixei de chorar em uma passagem sequer. É muito, muito desesperador ver Tom e Leela, sua esposa, procuram em qualquer coisa uma explicação por Rosalie ter partido tão cedo. Seus desenhos mostram espetacularmente essa sensação de sufocamento, que é transmitida para o leitor muito facilmente. Eu me senti sufocada, eu procurei respostas o tempo inteiro. E é realmente uma situação angustiante, porque nada do que qualquer pessoa faz ou fale ajuda a diminuir o sofrimento dos dois. Nada pode apagar a perda de um filho.

Existe uma cena bem no final do livro que me marcou muito, que é quando uma criança de três anos que Tom nunca viu na vida pede para dar um beijo no rosto dele. Para mim, foi como se Rôzi tivesse enviado esse beijo para ele, pra provar que ela está com ele independente de qualquer coisa, que a memória dela nunca vai morrer. Foi a parte que mais me emocionou, eu não conseguia parar de chorar. Foi só aí que tive certeza de que Rosalie Lightning seria favoritado, não necessariamente porque eu chorei, mas porque vou lembrar dessa passagem para o resto da minha vida. 

Só consigo admirar Hart pelo seu trabalho. Não sou especialista, mas acredito que é preciso muita coragem para falar tão abertamente, para o mundo inteiro, sobre uma perda tão grande, sobre um sofrimento tão grande. Não é uma história bonita, mas é tocante e emocionante, honesta e devastadora. Só queria dizer que a breve vida de Rosalie ficará no meu coração para sempre, e torço para que deixe algo de bom em todos vocês também.

Título Original: Rosalie Lightning: A Graphic Memoir
Autor: Tom Hart
Páginas: 272
Tradução: Érico Assis
Editora: Nemo
Livro recebido em parceria com a editora

18 comentários :

  1. Tinha visto esse livro e fiquei imaginando um monte de coisa, mas não vi muito. Pesado. Isso de falar de perda pode ser bem difícil pra alguém num momento desses. Filho então deve ser ainda mais complicado. Por mostrar tantos sentimentos e ilustrar tão bem essa dor ele até me chama atenção, mas acho que seria trabalhoso de ler. A angustia é presente em cada página pelo visto, é uma história que pesa no coração. Muito amor mas muita dor também.

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  2. Perder alguém que amamos é uma dor insuportável. Em se tratando de uma filha, ainda mais criança, é algo inimaginável.
    Os traços de Hart são cheios de dor, dúvida, saudade, medo.
    Uma homenagem a Rosalie repleta de amor e lágrimas e saudade.

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  3. Quando li sobre este livro a primeira vez, já fiquei com um nó na garganta. O impacto de uma perda tão prematura, o tamanho da dor e em como seria falar tão abertamente sore isso. Quero nunca ter que passar por isso.
    Mas preciso urgentemente deste livro. Até na dor, o amor está presente e é isso que move cada ilustração ou palavra da obra.
    Beijo

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  4. Oie! Menina, se uma biografia/autobiografia de histórias tristes já nos deixam péssimas, imagina então uma graphic novel, onde as sensações são passadas de formas tão reais para nós?! Não é uma leitura que eu faria, talvez, pois além de não ser uma fã de graphic novel não sei o quão preparada estou para o que ela quer contar.

    Silviane, blog Memento MoriParticipe do Top Comentarista de Outubro

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    1. Miga, eu sinceramente quase MORRI de chorar lendo esse quadrinho. São situações muito difíceis e, por mais que a gente se compadeça, nunca vai saber de verdade como é a sensação... Bem complicado.

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  5. Ana!
    Deve ser uma dor profunda e ousado da parte da autora.
    Mainha faleceu há 4 meses e ainda passo por meu luto, mas fico imaginando que para os pais, deve ser mais doloroso a morte de um filho e tão criança como a da história e ainda de algo que ninguém sabe porque acontece até hoje.
    Deve mesmo trazer um desgaste emocional, mas ainda assim, gostaria de acompanhar a narrativa e o sentimento desses pais, ainda mais em HQ, as ilustrações devem trazer grande emoção.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Oi, Rudy!

      Sinto muito por sua mãe, espero que Deus possa confortar o seu coração. <3

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  6. Nossa, esse é um livro com muita carga emocional, né?
    E só reafirma o quanto preciso ler mais hq's.
    Doeu só de imaginar, através da resenha, a dor desse pai. Esse processo de escrita deve ter sido terapêutico pra ele.
    E eu quero ler e sentir tudo o que essa hq proporciona.

    Beijos

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  7. Eu não conhecia Tom Hart até ler essa resenha, eu não sou de ler quadrinhos assim, geralmente só os da DC me agradam kkkkk
    Mas eu tenho uma amiga que é exatamente o q ela mais ama ler, acho q já sei o proximo presente de aniversario pra ela :)

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  8. Olá! ♡ Nossa, só de ler sua resenha já fiquei com os olhos cheios de lágrimas. Falar sobre perda é algo doloroso, afinal, nunca estamos preparados para lidar com a perda de alguém especial, ainda mais quando se trata da perda de um filho. Não consigo nem imaginar como é perder um filho, como é desesperador saber que não vai poder mais acompanhar o crescimento dele, que não vai poder segura-lo novamente em seus braço... Uma situação desesperadora, dilacerante.
    Também admiro a coragem de Hart, falar sobre algo tão doloroso assim não é nada fácil, eu provavelmente não conseguiria fazer o mesmo.
    Essa é o tipo de leitura que emociona, marca, toca, dói, o tipo de história que levamos com a gente para sempre.
    Me dói que Rosalie tenha partido tão cedo, mas com certeza cada leitor que tiver a oportunidade de ler essa obra, a levará consigo no coração ♡
    Parabéns pela resenha, ficou tão cheia de emoção. Muito obrigada pela indicação ♡
    Beijos!

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  9. Um livro premiado, um trabalho admirável, mas, é de partir o coração acompanhar a angústia dos pais a procura de respostas para a morte, sem explicação, de sua querida filha. Nesse momento, não faria essa leitura, contudo, não tenho dúvidas que se trata de um livro marcante e repleto de ensinamentos.

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  10. Olá! Nossa, livro com uma carga emocional imensa, acho que uma das piores dores que existe é a dor de perder um filho, esse é aquele tipo de leitura que deixa a pessoa mega sensível, em especial dependendo do momento em que a pessoa está passando. Bjs

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  11. Oiii ❤ Deve ser difícil ver o quanto o autor e sua esposa sofreram com a perda da filha, algo que, com certeza, marca e modifica a vida de uma mãe e um pai. Não consigo nem imaginar como é lidar com uma dor assim.
    As ilustrações parecem contribuir também para deixar o leitor tocado com a situação.
    Parece mesmo angustiante ler até mesmo os momentos felizes, já que se tornaram apenas lembranças, já que a bebê morreu.
    É compreensível que o casal tenha tentado procurar respostas para o que aconteceu, acho que a maioria das pessoas faz isso numa situação parecida.
    Gostaria de fazer essa leitura.
    Beijos ❤

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  12. Olá!
    É muito triste perder alguém que amamos, um filho então não quero nem imaginar a dor desse autor e sua esposa. Fiquei emocionada só de ler a sua resenha. Este livro irei ler com certeza. Já está anotado.
    Bjos💕

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  13. Oi, Ana
    Ai menina já me emocionei com essa resenha!
    Eu não conhecia esse quadrinho mas quero pra hoje!
    Que história triste! Porém é importante lermos e falarmos sobre luto, perdas e dores né.
    Parece ser muito tocante, apesar de triste.
    Bjs

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    1. Que bom que minha resenha conseguiu te passar pelo menos um pouquinho do que esse livro é! E sim, também acho super importante histórias que falam sobre esses temas. Talvez possa confortar outras pessoas que passaram ou estão passando pelo mesmo, né?

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  14. Olá, Ana
    Perder um ente querido é difícil imagina um filho, deve ser uma dor insuportável.
    Desde que li a primeira resenha dessa quadrinho eu já coloquei na lista de desejos.
    Essa cena que o menino pede para beijar o rosto de Tom eu já chorei, vou chorar litros quando puder ler.
    É preciso muita coragem para expor sua dor assim, mas tenho certeza que é uma forma de aliviar a dor também.
    Beijos

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  15. Oi, Ana!!
    Não conhecia esse grafic novel mas fiquei bem tocada com a história. E imagino como não é difícil para o autor fazer essa homenagem para a filha sem dúvida esse é uma daquelas histórias que nos fazem chorar do inicio ao fim.
    Bjs

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