Anne de Green Gables, livro que inspirou a série Anne With an E, é um clássico, um senhorzinho que tem mais de 100 anos. Sem firulas ou palavras rebuscadas, a obra conta a história de Anne, uma garotinha de 11 anos que é adotada acidentalmente por um casal de irmãos meio solitários, Marilla e Matthew: eles esperavam um menino para ajudar na fazenda — Green Gables, daí o nome — e um engano do destino acabou fazendo com que se apaixonassem Anne. Provavelmente vocês conhecem essa sinopse de mil e um lugares, mas não custa nada reafirmar, né?
Anne Shirley é uma protagonista um tanto peculiar. É extremamente imaginativa e tagarela, características que fazem as pessoas se encantarem por ela. A essência da menina me lembra muito a da personagem Pollyanna de Eleanor H. Porter, com toda essa coisa de enxergar coisas boas até nos momentos mais complicados. Mesmo assim, existe um abismo entre elas, já que Anne tem algo que Pollyanna não tem: sentimentalismo. Isso torna a protagonista de Montgomery mais real, pois ela mostra o tempo todo que tá tudo bem chorar, que é normal se sentir triste ou se chatear com as pessoas, que não precisamos ser felizes o tempo inteiro.
Muitos dizem que é impossível não se apaixonar por Anne, mas eu discordo. Tentei a todo custo enxergar essa magia que tantas pessoas veem nela, mas não consegui. Na realidade só conseguia pensar em como uma criatura tem a capacidade de conversar tanto a ponto de as falas dela ocuparem páginas inteiras. Invés de engraçadinha e adorável, acabei achando Anne muito chata justamente por não parar de falar um segundo — e não deixar mais ninguém falar, diga-se de passagem. Brinco que muitas vezes eu tinha que dar uma parada para respirar bem no meio de uma frase.
Eu não assisti a série e provavelmente não irei, mas pelos comentários de quem viu consegui perceber algumas diferenças entre o livro e a adaptação. Questões como feminismo, racismo e a instituição do casamento parecem ser melhor abordadas em Anne With an E, enquanto, na maioria das vezes, temos apenas pistas muito sutis na narrativa de Montgomery. Porém, quando penso que a primeira edição de Anne de Green Gables é de 1908, fico bem feliz com o que a autora conseguiu fazer. Inclusive tem um trecho sensacional que provavelmente deu o que falar na época:
Apesar de ter me irritado com o falatório de Anne, gostei muito de outras características maravilhosas que ela possui: é doce, comprometida, inteligente, companheira e, principalmente, leal. Prova disso é uma das cenas finais dessa primeira fase da vida dela, dos 11 aos 16 anos, em que toma uma decisão que provavelmente qualquer outro personagem não tomaria. Só depois de perceber esse espírito puro de Anne pude compreender o porquê de as coisas virem à ela com tanta facilidade — fato que, sinceramente, me irritou durante boa parte da leitura, já que eu não conseguia entender como só aconteciam coisas boas com ela e, quando entrava numa confusão, tudo se resolvia num piscar de olhos —: a gente colhe o que planta, não é mesmo?
Não é que eu tenha achado Anne de Green Gables ruim, acho que só esperava um pouco mais justamente pelo fato de falarem tão bem da obra como um todo. A realidade é que a tagarelice de Anne não me conquistou nem um pouco e só fui começar a gostar um pouco mais dela no final da história, quando ela já não era mais uma criança — consequentemente uma pessoa mais "pé no chão" e bem menos conversadeira. De forma geral, é um livro com muitas lições sobre amor, amizade e gratidão, o que faz com que, no fim das contas, valha a pena a leitura.
Anne Shirley é uma protagonista um tanto peculiar. É extremamente imaginativa e tagarela, características que fazem as pessoas se encantarem por ela. A essência da menina me lembra muito a da personagem Pollyanna de Eleanor H. Porter, com toda essa coisa de enxergar coisas boas até nos momentos mais complicados. Mesmo assim, existe um abismo entre elas, já que Anne tem algo que Pollyanna não tem: sentimentalismo. Isso torna a protagonista de Montgomery mais real, pois ela mostra o tempo todo que tá tudo bem chorar, que é normal se sentir triste ou se chatear com as pessoas, que não precisamos ser felizes o tempo inteiro.
Muitos dizem que é impossível não se apaixonar por Anne, mas eu discordo. Tentei a todo custo enxergar essa magia que tantas pessoas veem nela, mas não consegui. Na realidade só conseguia pensar em como uma criatura tem a capacidade de conversar tanto a ponto de as falas dela ocuparem páginas inteiras. Invés de engraçadinha e adorável, acabei achando Anne muito chata justamente por não parar de falar um segundo — e não deixar mais ninguém falar, diga-se de passagem. Brinco que muitas vezes eu tinha que dar uma parada para respirar bem no meio de uma frase.
Eu não assisti a série e provavelmente não irei, mas pelos comentários de quem viu consegui perceber algumas diferenças entre o livro e a adaptação. Questões como feminismo, racismo e a instituição do casamento parecem ser melhor abordadas em Anne With an E, enquanto, na maioria das vezes, temos apenas pistas muito sutis na narrativa de Montgomery. Porém, quando penso que a primeira edição de Anne de Green Gables é de 1908, fico bem feliz com o que a autora conseguiu fazer. Inclusive tem um trecho sensacional que provavelmente deu o que falar na época:
Jane fala que vai devotar sua vida toda ao ensino, e que nunca, nunca vai se casar, porque quando você leciona, você é paga para isso, mas um marido jamais vai pagar nada para você fazer os trabalhos domésticos, e ainda vai achar ruim se você lhe pedir parte do lucro que conseguirem com a venda de ovos e manteiga. — p. 252
Apesar de ter me irritado com o falatório de Anne, gostei muito de outras características maravilhosas que ela possui: é doce, comprometida, inteligente, companheira e, principalmente, leal. Prova disso é uma das cenas finais dessa primeira fase da vida dela, dos 11 aos 16 anos, em que toma uma decisão que provavelmente qualquer outro personagem não tomaria. Só depois de perceber esse espírito puro de Anne pude compreender o porquê de as coisas virem à ela com tanta facilidade — fato que, sinceramente, me irritou durante boa parte da leitura, já que eu não conseguia entender como só aconteciam coisas boas com ela e, quando entrava numa confusão, tudo se resolvia num piscar de olhos —: a gente colhe o que planta, não é mesmo?
Não é que eu tenha achado Anne de Green Gables ruim, acho que só esperava um pouco mais justamente pelo fato de falarem tão bem da obra como um todo. A realidade é que a tagarelice de Anne não me conquistou nem um pouco e só fui começar a gostar um pouco mais dela no final da história, quando ela já não era mais uma criança — consequentemente uma pessoa mais "pé no chão" e bem menos conversadeira. De forma geral, é um livro com muitas lições sobre amor, amizade e gratidão, o que faz com que, no fim das contas, valha a pena a leitura.
Título Original: Anne of Green Gables ✦ Autora: L. M. Montgomery ✦ Páginas: 320
Tradução:
✦ Editora: Autêntica
Livro recebido em parceria com a editora
Ahhh! Eu Amooo Anne de Green Gables. É meu livro fav da vida. Já li a edição da Pedrazul (assim como a série já lançada), e esse ano li a edição da Nova Fronteira. A edição do post ainda não li.
ResponderExcluirRealmente Anne é uma matraquinha e é por isso que gosto dela.
Sim, O livro traz muitas reflexões sobre família, gratidão, amor.
Quanto a série da Netflix, não Assisti e até o momento não tenho vontade nenhuma de assistir. Pelo que vejo muita coisa mudou. E não quero macular a história. (Que dramática não?!?! Com quem será que aprendi? Rsrsr)
Você me desculpa mas não deu miga. Misericórdia, como que você aguentou esse falatório na sua cabeça?
ExcluirMas também não é uma coisa tenebrosa.
Fiquei sabendo que a série é até melhor que o livro! Fosse você dava uma chance!
Rsrsrsrs O que seria de Anne se alguém não a achasse uma chata falante? Eu ainda não li os livros, mas sou viciada na série, aliás, era.. já que foi cancelada tão precocemente. Penso eu que ela ainda voltará.
ResponderExcluirA bichinha fala o tempo todo e fiquei aqui tentando imaginar esse falatório nos livros. Deve realmente ser algo que irrita.
Mas a doçura, o amor pela vida, a alegria em viver dela me encantam.
Eu espero poder ler este e outros livros em breve!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Oi, Ana
ResponderExcluirComecei a ler o livro e parei logo no começo por causa dessa tagarelice também!
Quero tentar continuar, mas sei lá quando.
A vida na fazenda parece ser bem divertida e a Anne pelo jeito é bem meiga e muito amiga né.
Assim que der, tento retomar a leitura.
Bjs
Graças aos céus eu não fui a única a pirar com essa menina, pai amado. kkkkkkkkkkkkkkkk
ExcluirEu num tava aguentando mais.
Me identifiquei muito com a série quando vi e amei demais o jeito da menina e como me fez lembrar de coisas que vivi e etc e tal. A Anne da série parecia eu na infância xD
ResponderExcluirMas bem imaginei o que seria toda essa falação no livro. Pode ser bem chatinha mesmo porque a bichinha tá com cara que ama discursos longos e isso num livro pode enjoar. Na série ela é um amor, ahh é fácil de gostar sim. Mas no livro já fiquei meio pensando como isso seria. Mesmo com esse detalhe ainda gostaria muito de ler e conhecer.
Olá!
ResponderExcluirEu ainda não li o livro mas pretendo muito. Já ouvir muitos falarem bem dela e principalmente da serie, as pessoas sempre me indica bastante. Que pena que não te agradou tanto como outros leitores. Espero quando eu ler gosta tanto..E sei bem como é ver uma pessoa faladeira chata.
Meu blog:
Tempos Literários
Ah, é uma pena que não tenha se encantado por Anne.
ResponderExcluirEu assisti uns 4 episódios e me apaixonei de cara, vontade de colocar em um potinho de tão fofa que ela é. Achei o falatório engraçado.
Tenho muita vontade de ler; estou com o livro aqui e espero fazer isso em breve.
Beijos
Oi, Ana!!
ResponderExcluirConheço a história por que assisti a série Anne With an E e não sei se vou fazer a leitura do livro, pois sei que é uma série e não tem todos os livros publicados aqui no Brasil, no momento vou ficar só com a série mesmo.
Bjs
Olá Ana!
ResponderExcluirA série se tornou muito popular e com isso muitos criaram interesse em conferir o material original, que pela resenha parece seguir por um caminho diferente.
A Anne do livro parece ser aquele tipo de pessoa que só quer falar e não gosta de ouvir né? E confesso que fiquei desaminado ao saber que os temas abordados maravilhosamente bem na adaptação não possuem tanto destaque no livro.
Contudo, a obra não deixa de ser um complemento para os órfãos do seriado, que até hoje clamam pelo seu resgate.
Beijos.
Ana!
ResponderExcluirLivro que fala sobre gratidão e amor é sempre tão importante fazermos a leitura, pelo menos eu acho.
Acredito que apreciar as histórias de Anne, mesmo que com sofrimento, pode trazer grande aprendizado para nossa vida. Carecemos de maios amor e gratidão!
cheirinhos
Rudy
Anne de Green Gables TUDO PRA MIM!!! Eu sou doido pra ler os livros, mas me dá uma preguicinha depois da série, sabe? Mas acho tudo adorável, inclusive curioso pra acompanhar uma narrativa tão antiga. Menina, como você não gosta da Anne? AAAAAA.
ResponderExcluirDepois de ter lido o primeiro livro acho que num tenho coragem nem de me aventurar com a série, sinceramente...
ExcluirNum é que eu não gosto dela, mas também num morro de amores. Fiquei sem paciência só. KKKKKKKKKKKKKKKKK
Oi, Ana
ResponderExcluirAinda não vi a série porque quero ler o livro primeiro.
E como tem muitos anos e várias edições que fico até confusa se é um livro único ou se tem continuação.
Mesmo com a tagarelice de Anne ela parece ser uma menina com uma imaginação fértil, um enredo encantador com muitos ensinamentos e reflexão.
Essa edição tem uma capa lindíssima, beijos.
Eu fico muito feliz quando eu vejo as editoras publicando as suas versões dos livros da Anne de Green gables ponto final recentemente a editora Gutenberg e anunciou o lançamento de avolea para ainda esse ano já estou na expectativa
ResponderExcluirOlá! Essa edição desse super clássico está linda, quero muito, ainda não li esse livro, mas esse ano se Deus quiser vou consegui conferi essa história super emocionante. Bjs
ResponderExcluirQuando eu comecei a ler os livros da The Green Gable foi graças ao meu amor pela série da Netflix que infelizmente foi cancelada mas eu fico muito feliz em ver que várias editoras no Brasil estão publicando as suas edições dos livros e é difícil decidir qual é a mais linda porém nenhuma capa vai chegar aos pés de representar o meu amor pelo Gilbert
ResponderExcluirSim, ela é super chata.
ResponderExcluirPara mim até na série a personagem começou a cansar... não finalizei. Me lembrou Pollyanna, sempre muito feliz e animada com tudo, pendendo demais para o exagero...
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