14 de outubro de 2025
Katábasis, nova fantasia dark academia de R. F. Kuang, é um "passeio" pelo Inferno
22 de setembro de 2025
As Crônicas de Âmbar, de Roger Zelazny: um verdadeiro clássico ou só mais uma fantasia mediana?
Eu nunca tinha ouvido falar em As Crônicas de Âmbar antes, mas fiquei imediatamente interessada quando vi esse lançamento da Intrínseca. Se trata de uma saga contendo um total de 10 livros. Nesse primeiro tomo, a editora reuniu os 5 primeiros volumes da série numa edição lindíssima de 736 páginas. O autor, Roger Zelazny, foi um poeta e escritor norte-americano ganhador do Prêmio Nebula e do Prêmio Hugo, o que o classifica como um importante escritor de fantasia e ficção cientifica. As Crônicas de Âmbar é considerada uma das obras de fantasia mais originais de todos os tempos.
E, realmente, o enredo é muito original. O livro começa com Corwin acordando em um hospital, machucado e sem memórias. Ele consegue sair e vai, aos poucos, recuperando as informações sobre si mesmo. Esse recurso do narrador sem memória é interessante, pois permite que o leitor vá coletando informações junto com o personagem, mantendo um ritmo agradável.
Descobrimos que Corwin é, na verdade, um dos nove príncipes de uma terra chamada Âmbar. O sistema de magia é interessante: Âmbar é o único local verdadeiro, enquanto todas as outras terras, incluindo a nossa Terra, são apenas Sombras, moldadas pela família real. Parece complexo, mas no livro isso fica bem mais prático e compreensível.
O rei, pai de Corwin, desapareceu e agora os príncipes estão brigando pelo trono, principalmente Corwin e Eric. A saga narra a jornada de Corwin reivindicando a coroa, o que incluirá guerras, muitos conflitos entre irmãos, criaturas fantásticas e diferentes universos.
Minha experiência com essa saga não foi tão boa quanto eu gostaria. Minha primeira impressão foi que o livro parecia uma fanfic. Eu amo fanfic, não me entendam mal, mas uma fanfic é um livro escrito de forma independente. Sabe aquele trabalho que o editor faz de dizer para o autor: "melhore esse diálogo" ou "desenvolva melhor esse capítulo"? Parece que aqui não teve. Se fosse pra resumir em uma palavra, o livro me pareceu amador.
Os diálogos são especialmente amadores. Por exemplo:
Eu ia descobrir, e alguém ia pagar por isso. E ia pagar muito, muito caro.
— Vou derrotar você, Eric — declarei. — Estou mais forte do que antes, e você já era, irmão.
Era para o personagem parecer forte e durão, mas eu não conseguia levar a sério. Eu só consigo imaginar um adolescente nos anos 90 dizendo coisas como "pagar caro" e "você já era".
As cenas de batalha são um tédio. Parece um relatório militar, com número de mortos, número de feridos, número de doentes, número, número, número... Sobre os personagens: é no mínimo improvável se afeiçoar a qualquer personagem, mesmo ao protagonista. Todos têm a personalidade de uma batata.
Certo... Já reclamei bastante. As Crônicas de Âmbar, pra mim, entram no clássico "premissa boa, desenvolvimento ruim". Mas também teve coisas positivas: o background histórico é bem legal e o personagem conta sobre seus anos na Terra e destaca importantes momentos históricos.
A partir do segundo volume, o Universo se expande mais, com novas criaturas e ameaças. O conflito deixa de ser apenas a briguinha infantil de irmão X irmão e a história fica realmente mais interessante. As novas ameaças deixam a trama mais complexa, principalmente a partir do terceiro volume, quando o livro ganha um tom investigativo e político.
O terceiro volume eleva o nível da saga, desenvolvendo melhor os personagens, inserindo intrigas e manipulações e mostrando a inteligência e a desconfiança mútua entre os irmãos. A linguagem continua com aquele tom amador do primeiro livro, mas o enredo mais elaborado compensa um pouco. A história consegue surpreender principalmente porque os personagens são inteligentes, manipuladores, perversos e imprevisíveis. Nada que tenha feito eu me afeiçoar a ninguém, mas pelo menos os personagens se mostram mais interessantes, principalmente após o terceiro volume. E não vou mentir: tem uns plot twists legais.
O quinto volume também me surpreendeu, mas em outro aspecto: a linguagem melhora. Talvez porque esse volume seja mais introspectivo, até com um toque filosófico. No geral, eu não amei, mas valeu a pena insistir e chegar ao fim desse primeiro tomo. Como alguém que gosta das lendas arturianas, eu adorei as referências e foi divertido perceber que o autor também parece ser um grande fã das histórias da Távola Redonda.
Eu adoro histórias com criaturas fantásticas, principalmente quando elas são cuidadosamente elaboradas e possuem uma aura misteriosa. Apesar de aqui não terem tantas criaturas, eu gostei das que foram apresentadas, em especial o Unicórnio, que me lembrou as criaturas do universo de Zelda.
Ainda não me decidi se lerei o segundo tomo, mas foi uma experiência interessante, com altos e baixos. O sentimento final é agridoce. E minha conclusão é: eu gostaria de ler essa história escrita pelas mãos de outro escritor, talvez até pelas mãos do amigo de Roger Zelazny, George R. R. Martin.
Título Original: The Chronicles of Amber✦ Autor: Roger Zelazny
Páginas: 736 ✦ Tradução: Leonardo Alves ✦ Editora: Intrínseca
Livro recebido em parceria com editora
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11 de setembro de 2025
No Meio da Noite, de Riley Sager: um dos melhores thrillers dos últimos tempos
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4 de setembro de 2025
Decidi Viver Como Eu Mesma: lições de Kim Suhyun para uma vida mais leve e autêntica
Decidi Viver Como Eu Mesma é aquele tipo de livro rápido, com textos curtos e reflexivos que trazem lições de vida. No geral, eu gosto de livros assim, mas acho difícil encontrar algum que realmente traga algo de novo e não diga apenas o que outros 10 livros desse mesmo tipo já disseram.
Mas como fazer isso na prática? Kim guia o leitor através de mais de 60 lições que incluem, por exemplo: Não seja modesto a ponto de afetar a sua autoestima, Desenvolva seu estilo pessoal, Não siga um roteiro aleatório, Expresse seus sentimentos, Seja generoso e Deixe espaço para o erro.
Cada lição vem acompanhada de um pequeno texto onde a autora dá exemplos pessoais ou conta casos que ilustrem aquela lição. A maioria das lições também vem acompanhada de uma ilustração fofa que torna a leitura ainda mais leve e divertida.
Minha experiência com essa leitura foi agradável, mas não transformadora. Não teve nenhuma lição que tenha sido super inovadora ou grandiosa para mim, mas é sempre legal rever essas lições de vez em quando para recordar que são importantes. Destaquei algumas frases, fotografei minhas ilustrações favoritas e me diverti com a leitura, apesar das lições serem, em sua maioria, genéricas.
Tem algumas questões culturais que ficam evidentes no livro, já que se trata de uma obra sul-coreana, e foi interessante percebê-las e traçar paralelos com a nossa própria cultura e realidade.
Você pode ler este livro rapidamente, como eu li, ou pode ler aos poucos, uma ou duas lições por dia para digerir e refletir. De qualquer forma, será uma leitura leve e tranquila.
28 de agosto de 2025
Terra Partida, de Clare Leslie Hall: o novelão que você pode estar precisando
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12 de agosto de 2025
Manual das Donas de Casa Caçadoras de Vampiros, de Grady Hendrix, vale o hype?
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