Autora: Charlotte Perkins Gilman
Páginas: 112
Tradução: Diogo Henriques
Editora: José Olympio
Livro recebido em parceria com a editora
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Apesar de O Papel de Parede Amarelo ser um clássico da literatura feminista, eu não o conhecia. Foi publicado originalmente em 1892, mas o seu conteúdo é tão atual que se tivessem me falado que foi realmente publicado esse ano, eu acreditaria facilmente. O texto é totalmente crítico e é tão coberto de metáforas que precisa ser lido com muita atenção.
A trama gira em torno de um casal que se muda temporariamente para uma casa de campo. John, que é médico, acredita piamente que a tranquilidade do local irá curar a sua mulher que está sofrendo de uma "doença dos nervos". Os dois ficam em um quarto no andar superior da casa que é totalmente coberto por um papel de parede amarelo horrendo, do qual a mulher odeia logo de cara. Apesar de ter pedido para trocar de quarto, seu pedido é totalmente ignorado pelo marido e ela passa a ficar cada vez mais obcecada com o papel de parede.
A trama gira em torno de um casal que se muda temporariamente para uma casa de campo. John, que é médico, acredita piamente que a tranquilidade do local irá curar a sua mulher que está sofrendo de uma "doença dos nervos". Os dois ficam em um quarto no andar superior da casa que é totalmente coberto por um papel de parede amarelo horrendo, do qual a mulher odeia logo de cara. Apesar de ter pedido para trocar de quarto, seu pedido é totalmente ignorado pelo marido e ela passa a ficar cada vez mais obcecada com o papel de parede.
Creio que a princípio foi um quarto infantil, depois sala de brinquedos e ginásio, pois as janelas são gradeadas e há argolas e coisas do tipo das paredes. A tinta e o papel de parece dão a impressão de que funcionou aqui uma escola para meninos. [...] A cor é repulsiva, quase revoltante; um amarelo enfumaçado e sujo, estranhamente desbotado pela luz do sol, em seu lento transladar. Em alguns pontos, é de um alaranjado pálido e desagradável; em outros, de um tom sulfuroso e enjoativo. (p. 16, 17)
John não permite que a mulher saia, que ela escreva, faça as coisas que gosta e, para piorar, vive a tratando com um descaso enorme. Já que não pode fazer nada, o que resta é tentar desvendar os segredos e os padrões contidos no papel de parede. A narrativa mostra claramente como a mulher era tratada naquela época: nunca era levada a sério e sempre dependente de um homem; quando não é o marido, é o pai.
É impossível não perceber o sofrimento daquela mulher, sendo totalmente controlada por um homem. O pior é que ela se sente totalmente dividida em relação ao marido, já que, tecnicamente, ele faz tudo para ele, mas ao mesmo tempo não a deixa confortável, não a deixa ser ela mesma. Com o passar do tempo, seu psicológico fica cada vez mais afetado. Apesar de ser um conto curto, não é fácil de ser digerido por causa da situação em que a heroína se encontra.
[...] "Estou falando sério, querida, você está melhor!"
"Talvez fisicamente...", comecei, mas logo me interrompi, porque ele se endireitou e lançou-me um olhar tão repreensivo que não pude dizer mais uma palavra sequer. (p. 41)
O livro conta com um texto de apresentação feito por Marcia Tiburi e também um posfácio que praticamente traduz o conto para nós, ou seja, se o leitor tiver alguma dificuldade ou dúvida durante a leitura, não precisa entrar em desespero. É narrado em primeira pessoa, em forma de diário, pela mulher e é um pouco difícil de acreditar nos fatos que ela narra, já que sua obsessão pelo papel de parede fica tão grande que sua sanidade mental desse ser questionada.
O conto em si não é tão aterrorizante quanto dizem, pelo menos não quanto à narrativa. O que dá medo mesmo é a situação desprezível em que a mulher se encontra e a mensagem que ele passa (não assim, de mão beijada, é claro): uma crítica visível sobre a desigualdade de gênero e a opressão vivida pelas mulheres.
Olá!
ResponderExcluirEu li esse conto no fim de semana e AMEI! Fiquei muito impressionada com a escrita que apesar de simples é ao mesmo tempo misteriosa. E também nunca tinha ouvido falar nem do conto nem da autora, #inadmissível rsrs
Adorei teu comentário sobre o conto, beijos, Hel - Leituras & Gatices
Foi publicado em 1892 e eu nunca na vida tinha ouvido falar até este mês de março quando as resenhas começaram a pipocar na blogosfera e vlogs. Lógico que começou a nascer em mim uma vontade crescente de lê-lo, hehe.
ResponderExcluirO livro pelo visto trata sobre um casamento opressivo, onde o marido pensa ser o dono da razão e não quer nada mais do que uma esposa submissa. Como se calar diante de algo assim? E eu me pergunto como posso nunca ter ouvido falar no livro...
Beijo, Vanessa Meiser - Retrô Books
http://balaiodelivros.blogspot.com.br/
Oi, fiquei conhecendo esse livro há pouco tempo atraves de blogs e já fiquei super curiosa para lê-lo, pois retrata o feminismo no seculo 19, numa epoca onde a mulher não era nada para a sociedade e por isso, quero muito ler e saber mais sobre o livro e sobre a autora que era a frente de seu tempo e era a favor do movimento feminista.
ResponderExcluirbjus
http://recantoliterarioeversos.blogspot.com.br/
Oiii Ana, tudo bem?
ResponderExcluirEu nunca havia visto este livro em nenhum lugar, só agora mesmo pelas publicações referente a ele. É um tema escolhido que é atualmente está sendo bem debatido. Eu só posso dizer que realmente eu o leria, uma obra assim deve ser lida com calma <3
Beijão linda
Oi!!
ResponderExcluirEu vi a capa desse livro em alguma postagem no facebook e lembro que chamou a minha atenção, fiquei tentando imaginar sobre o que era a história.
Uau ele é um clássico da literatura, eu também não conhecia. Nossa eu estou impressionada com a história narrada, realmente as mulheres eram tratadas com desprezo naquela época, mas imagina ela ter que ficar só no quarto sem poder fazer nada, nossa isso é horrível.
Esse livro deve gerar uma certa revolta no leitor né, só de ler a resenha já estou indignada com a maneira que John a trata.
OMG eu quero ler esse conto, vou procurar fiquei muito curiosa para ler na íntegra.
Beijão!
Lilica - O maravilhoso mundo da leitura
Livro é tão antigo que eu nunca vi também kkkkkkk
ResponderExcluirImagina um papel de parede amarelão, até eu ia ficar noiada, coisa feia.
Fico feliz que tenha uma explicação no final porque eu tenho uma preguiça do cão pra parar e ficar pensando em metáforas, por isso que evito livros assim normalmente.
Não me atrai taaaanto assim o livro mas não é uma leitura que eu dispensaria.
beijos
Oi Ana Clara! Também li esse conto e não achei aterrorizante não, mas amei, mergulhei na narrativa de um jeito que não esperava. Nunca tinha ouvido falar dele até chegar em casa de surpresa, então o conteúdo foi uma surpresa maior ainda para mim. Passei muita raiva com esse marido, e sim, o posfácio traduz tudo no conto, gostei bastante dessa parte do livro também. O final me surpreendeu demais.
ResponderExcluirBeijo!
Ju
Entre Palcos e Livros
Oi, Ana!
ResponderExcluirTenho visto várias resenhas desse livro desde que foi lançado no mês passado, e apesar de provocar toda uma discussão muito importante sobre os direitos e a liberdade natural da mulher quanto a ser e fazer o que ela quer, não me vejo lendo-o, sinceramente, pois muito provavelmente só me irritaria, angustiaria e sofreria com a situação da personagem, que é realmente péssima e levanta muitos questionamentos. Triste pensar que, de alguma forma, essa realidade ainda existe para muitas mulheres mesmo nos dias atuais, mas segue-se na luta até que situações como essa sejam totalmente extintas.
Beijos!
♥ Sâmmy ♥
♥ SammySacional ♥
Gente, às vezes me imagino se tivesse nascido naquela época, ou se fosse assim atualmente, e fico horrorizada. Nem parece verdade que as coisas eram assim naquela época, sabe? Parece até mentira, mas óbvio que eu sei que existiu tudo isso, tanto que hoje em dia ainda existe muito machismo e rótulos para as mulheres. Não sei se eu me interessaria pela leituras, realmente não faz meu tipo, mas acho que como mulher eu devo ler mesmo assim, sabe?
ResponderExcluirbeijos
www.apenasumvicio.com
Ana Clara, ouvi falar muito do livro/conto ultimamente e acho incrível o fato dele ter sido publicado a tanto tempo, mas ser um assunto tão atual.
ResponderExcluirFico chocada como a mulher era tratada, e infelizmente ainda é hoje em dia.
Me entristece saber que até a sanidade mental dela foi comprometida.
Quero muito ler.
Lisossomos
Oi.
ResponderExcluirTudo bom?
Eu não sou muito fã de contos, pois sempre acho que falta algo, mas a premissa eu achei bem interessante e o marido ser tão controlador me dá nos nervos.
Beijos
Oi Ana!
ResponderExcluirEu também não conhecia, mesmo sendo um clássico. Apesar de ser um conto, não sei se eu leria. Isso de opressão, e coisas degradantes que o ser humano faz me deixam meio abalada.
Gostei da sua resenha Aninha, mesmo um livro curto, você conseguiu extrair e construir uma boa resenha.
Beijo
Olá, esse é um livro que eu nunca tinha ouvido falar. Pela sua resenha já nota de cara que é um clássico. Não sou muito fã de clássicos mas esse parece ser uma história interessante e que nos proporciona um pouco de medo. rsrs Não sei se leria, mas gostei muito da sua resenha.
ResponderExcluirBjss
http://livrosemarshmallows.blogspot.com.br/
Olá, Ana Clara!
ResponderExcluirOs livros de literatura feminista normalmente são bem pesados, por mostrarem a realidade pesada da cultura mundial, que insiste em menosprezar as mulheres!
Essa não é a primeira vez que leio sobre esse livro e desde então havia ficado muito interessada. Com nota altíssima no skoob, 4.4, vai agora mesmo para a minha lista de leitura.
Fiquei curiosa para saber como o autor desenvolve o tema da doença da mulher e como ela acaba indo para esse quarto onde só pode enxergar esse papel de parede.
Beijos!
Karla Samira
http://pacoteliterario.blogspot.com.br/