Autor: Josh Malerman
Páginas: 272
Tradução: Carolina Selvatici
Editora: Intrínseca
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Sou bastante medrosa, e tive até fase de evitar ler suspenses por causa disso. Em certo momento, porém, percebi que aquelas leituras mais leves ou românticas, que costumavam ser aquelas que mais me agradavam, dificilmente conseguiam me convencer. Por isso, decidi arriscar leituras menos "confortáveis", como Filme Noturno e Objetos Cortantes. E quando Caixa de Pássaros foi lançado, eu simplesmente não consegui resistir.
Caixa de Pássaros tem nos pequenos detalhes e nos atos mais cotidianos seu grande trunfo. Narrado em terceira pessoa pelo ponto de vista de Malorie, com períodos objetivos e quase curtos demais, em capítulos também bastante curtos, o livro tem uma dinâmica que, de início, parece que será superficial. No entanto, enquanto compreendemos como Malorie e o mundo todo (ou o que sobrou dele) chegaram àquela situação descrita no livro, percebemos que a grande essência da obra está no que não foi dito.
Caixa de Pássaros tem nos pequenos detalhes e nos atos mais cotidianos seu grande trunfo. Narrado em terceira pessoa pelo ponto de vista de Malorie, com períodos objetivos e quase curtos demais, em capítulos também bastante curtos, o livro tem uma dinâmica que, de início, parece que será superficial. No entanto, enquanto compreendemos como Malorie e o mundo todo (ou o que sobrou dele) chegaram àquela situação descrita no livro, percebemos que a grande essência da obra está no que não foi dito.
Os capítulos se alternam em dois momentos da vida da protagonista: o atual, em que ela decide deixar a casa em que vive com os filhos e fazer uma viagem pelo rio de olhos vendados, e alguns anos antes, quando todos começaram a enlouquecer e cometer suicídio por algum motivo que, quem chegava a conhecer, não sobrevivia para contar.
Mais gravetos se quebram. A coisa se move devagar. Malorie pensa na casa que abandonaram.Estavam seguros lá. Por que saíram? Será que o lugar para onde estão indo é mais seguro? Como poderia ser? Num mundo onde não podemos abrir os olhos, uma venda não é tudo que temos para nos defender?
Saímos de lá porque algumas pessoas decidem esperar as notícias chegarem e outras correm atrás delas.
A questão primordial da obra não está em uma grande ameaça ou algo contra o que se possa lutar. Todos os sentimentos transmitidos por Caixa de Pássaros estão mais relacionados ao não saber, ao desconhecido. Não foram raras as cenas em que o silêncio era o que mais trazia medo.
O medo, aliás, era o cerne da questão: ficava nítido que as pessoas que sobreviviam tinham como maior medo o de enlouquecer; mas o medo da loucura não é uma espécie de loucura ele próprio? Nesse quesito, Josh Malerman foi magistral ao tratar dessa linha tênue entre sanidade e loucura, porque mesmo aqueles que não viram e não estiveram expostos à causa daquele surto tinham tanto medo de enlouquecer que, por momentos, ficavam a ponto disso.
O livro é perturbador mais por coisas subjetivas, como a possibilidade da solidão e a necessidade de se acostumar a um mundo sem céu e sem natureza, do que pela ameaça em si. A simplicidade do enredo, que demonstra uma vida quase normal dentro daquele novo limite de normalidade, provou quão frágil é o psicológico humano e quão expostos estamos, especialmente em razão da desconfiança que temos uns nos outros.
Ela imagina a casa como se fosse uma grande caixa. Quer sair daquela caixa. Tom e Jules, mesmo do lado de fora, ainda estão naquela caixa. O planeta inteiro está trancado nela. O mundo está confinado à mesma caixa de papelão que abriga os pássaros do lado de fora. Malorie entende que Tom está procurando uma maneira de abrir a tampa. Busca uma saída. Mas ela se pergunta se não há outra tampa acima daquela, e depois mais uma.
Encaixotados, pensa. Para sempre.
Caixa de Pássaros me fez pensar em possibilidades, em loucura, em quão bons podemos ser e, ao mesmo tempo, em quão egoístas somos, mesmo na situação de maior necessidade. Também me fez pensar em como, muitas vezes, é preciso tomar uma decisão e simplesmente seguir em frente, por mais duro que aquilo possa parecer, porque é a única decisão que se pode tomar e ser forte não é opção. Fiquei fascinada pela história, que me deixou uma sensação estranha por dias, e que, ainda que tenha deixado muita coisa em aberto, deu todas as respostas de que eu precisava. Porque, como comentei no início da resenha, a grande essência da obra está no que não foi dito.
Estou louca para ler esse livro... awn *-* Adorei a resenha! Bjinhos
ResponderExcluirEu ouvi tantos elogios para esse livro que eu fiquei curiosa! Eu também fico bem mais confortável quando leio romances e chick lits, mas hora ou outra pego livros de suspense, pois também gosto de desafiar a mente de vez em quando haha
ResponderExcluirEu não fazia ideia de qual era a história de Caixa de Pássaros e fiquei bem curiosa com esse surto de suicídios e tentar entender qual é a situação do mundo atualmente.
Beijos,
Déia
Own Mine
Oi, Ju!
ResponderExcluirEu sou realmente muito medrosa haha, mas estou com vontade de ler esse livro, assim como estou com Garota Exemplar. Todos falam bem de Caixa de Pássaros, então acho que preciso dar uma chance a ele.
Beijos,
Flávia Bergamin
http://voceetaolivro.blogspot.com.br/
Ooi amora ♥ Esse livro nem é daqueles de dar medo, mas achei ele bem intrigantee. Já vi muitos comentários controversos, positivos e negativos ! Mas quero muito ler e tirar minhas próprias conclusões sobre ele, é um livro que puxou minha atenção, não só pela sinopse e pela capa ( Que ADOREI ahha ♥ ) , mas pelo tom de suspense que ele espairecer. Adoro livros asssim :3
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