Cartas de Amor aos Mortos fez muito sucesso na época em que foi lançado, isso porque a autora teve uma criatividade enorme para desenvolver o enredo do livro. Obviamente todo mundo estava super ansioso pela próxima obra dela, provavelmente com expectativas beirando o céu. Bom, pelo estilo da escrita de Ava Dellaira, eu já imaginava que seria uma leitura muito fluida e rápida, mas eu não tinha mínima noção de que Aos Dezessete Anos seria infinitamente melhor do que o seu livro de estréia.
O enredo dessa história é bastante simples: narrado em terceira pessoa sob dois pontos de vistas diferentes e em épocas diferentes, conhecemos a vida de Marilyn e Angie, mãe e filha que, assim como diz a contracapa do livro, viram a vida mudar completamente aos dezessete anos. Quando tinha essa idade, Marilyn viveu um romance rápido e intenso com James, mas ninguém sabe o que aconteceu para que ela resolvesse criar sua filha sozinha.
Angie não sabe praticamente nada do passado da sua mãe e não tem ideia de quem foi seu pai, já que Marilyn diz para ela que James morreu em um acidente de carro. Porém, Angie quer conhecer um pouco mais de si mesma e isso se intensifica quando ela encontra uma foto dos seus pais juntos no fundo de uma gaveta. A partir daí, Angie liga alguns pontos e descobre que talvez James ainda esteja vivo, e vai fazer de tudo para encontrá-lo.
Cada capítulo é narrado sob o ponto de vista de uma das protagonistas, ambas com 17 anos. Assim, sabemos pelos olhos de Marilyn como ela conheceu James, como eles se apaixonaram e se envolveram — uma história maravilhosa, diga-se de passagem —, bem como tentamos entender como foi o fim de tudo, pelos olhos de Angie. A maior parte da história se passa em Los Angeles, que é onde Marilyn morou na adolescência e é onde Angie tenta encontrar o seu próprio passado.
Eu amei a forma como Ava Dellaira conduziu Aos Dezessete Anos, amei de todas as formas possíveis. Me apaixonei pelos personagens, pelo romance entre James e Marilyn, pela determinação de Angie. Muitas coisas tristes acontecem aqui, coisas que eu nunca vou sentir na pele, mas que mexem muito comigo e me deixam mal — e que abalam qualquer pessoa que tenha o mínimo possível de empatia e amor no coração. É por isso que histórias assim devem ser contadas, é por isso que todo mundo tem que ler esse livro maravilhoso.
Angie não sabe praticamente nada do passado da sua mãe e não tem ideia de quem foi seu pai, já que Marilyn diz para ela que James morreu em um acidente de carro. Porém, Angie quer conhecer um pouco mais de si mesma e isso se intensifica quando ela encontra uma foto dos seus pais juntos no fundo de uma gaveta. A partir daí, Angie liga alguns pontos e descobre que talvez James ainda esteja vivo, e vai fazer de tudo para encontrá-lo.
— Desculpe. Eu tenho problemas.
— Todo mundo tem, Angie. Isso não significa nada.
Cada capítulo é narrado sob o ponto de vista de uma das protagonistas, ambas com 17 anos. Assim, sabemos pelos olhos de Marilyn como ela conheceu James, como eles se apaixonaram e se envolveram — uma história maravilhosa, diga-se de passagem —, bem como tentamos entender como foi o fim de tudo, pelos olhos de Angie. A maior parte da história se passa em Los Angeles, que é onde Marilyn morou na adolescência e é onde Angie tenta encontrar o seu próprio passado.
Marilyn é branca e loira, enquanto James e toda a sua família são negros. O que eu mais amei nesse livro é o choque de realidade que Ava Dellaira transmite. Fica extremamente claro que os brancos são privilegiados. E para quem acha que isso é ficção, coisa que só acontece em livro, tenho uma notícia muito ruim para dar, viu... As coisas que acontecem com James e Angie, que é negra, só acontecem porque eles são negros e isso me deixa MUITO frustrada e triste. Eu chorei muito, mas muito mesmo com tudo em Aos Dezessete Anos.
O racismo no Brasil é muito presente e vem de um passado que eu não me orgulho nem um pouco. Mas se você se surpreende com o que acontece aqui, pode ter certeza que nos Estados Unidos as coisas são bem mais complexas. Não precisa nem ir muito fundo para entender o que é a supremacia branca: a Ku Klux Klan, por exemplo, foi uma organização racista secreta que nasceu no final do século 19 nos Estados Unidos e era movida pelo ódio contra os negros. Acreditem ou não, apesar de ter muito menos força atualmente, a KKK ainda existe.
— Acho que acredito em fantasmas – ela diz. - Não tipo assombrações, mas a ideia de que todos os que morreram ainda fazem parte do nosso mundo, quase como uma onda de energia. Quer dizer, herdamos tudo. A linguagem, o país, até o DNA… Mas também falo das coisas mais difíceis de nomear. Acho que todos nós carregamos os fantasmas das pessoas que vieram antes de nós.
Nunca pensei que sentiria o que senti com esse livro desde que li O Ódio Que Você Semeia, que também fala sobre racismo. A escrita de Ava Dellaira beira o melancolismo, e isso também ajuda a transmitir a injustiça por trás dos atos das pessoas. Além disso, de uma forma ou de outra, é um livro que fala sobre amor de um jeito muito simples, quando retrata o relacionamento entre Marilyn e James, bem como o relacionamento entre mãe e filha, que para mim é o maior e mais bonito amor que existe no Universo.
Título Original: In Search of Us
Autora: Ava Dellaira
Páginas: 448
Tradução: Lígia Azevedo
Editora: Seguinte
Livro recebido em parceria com a editora
Comecei essa leitura sem nenhuma expectativa; gostei muito de Cartas de amor aos mortos e já sabia que a escrita da Ava é maravilhosa.
ResponderExcluirTem menos de 1 semana que li Aos dezessete anos, e que leitura...
É suave, poética e por vezes melancólica.
Amei as partes da Marilyn aos dezessete.
E Ava abordou o racismo de uma maneira tão simples, mas comovente.
Amei amei amei.
Beijos
Que livro hein, amei sua resenha e já estou muito curiosa pra ler!
ResponderExcluirhttps://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/
Pra mim, o enredo se sobressai, por provocar no leitor a vontade de, juntamente com a Angie, também fazer descobertas acerca do passado da personagem, vivenciando as descobertas profundas. E, é isso que pode ser decisivo para a conclusão da trama.
ResponderExcluirPor o livro ter o ponto de vista de ambas as personagens, tudo se torna mais intenso, pois há sentimentos expostos. E, isso, é suficiente pra mim querer lê-lo.
Ava me conquistou com Carta de Amor Aos Mortos. Um livro intenso e arrebatador!
ResponderExcluirTenho certeza que Aos Dezessete Anos deve seguir esse mesmo estilo: uma premissa simples bem desenvolvida e coesa mas que mexe com a gente, nos fazendo refletir e a enxergar as coisas como elas realmente são.
A Seguinte falou sobre esse livro nas Lives que realiza no Facebook e desde que assisti senti que seria uma leitura avassaladora e real.
Não entra na minha cabeça que em pleno século XXI ainda exista tanto preconceito, não apenas o racismo, mas qualquer um deles.
ResponderExcluirNunca li nenhumm livro da autora, mas tenho vontade para poder conhecer a ecrita que parece ótima, cheia de melancolismo e que atinge diretamente o leitor.
Maravilhosa semana!
“Eu gosto de escutar. Eu aprendi muito escutando cuidadosamente. A maioria das pessoas nunca escuta. “(Ernest Hemingway)
cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA MAIO BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!
Carta de Amor aos Mortos é um dos meus livros favoritos! A autora é maravilhosa em desenhar suas letras e pelo que li acima, ela consegue mais uma vez, tocar o dedo na ferida e ir bem além do que parecia ser a história.
ResponderExcluirFalar ou escrever sobre racismo não é tarefa fácil,ainda mais com todo este drama familiar junto.
Parece ser um livro intenso, lindo e dolorido demais.
Já está na lista de desejados.
Beijo
Oi Ana,
ResponderExcluirMe lembro que Cartas de amor aos mortos foi muito bem recomendado e, por um momento até quis ler, mas com o tempo o interesse diminuiu até que nem me lembrava mais do livro. Já Aos Dezessete Anos consegue despertar em mim um desejo de leitura que sei só será saciado quando conhecer a história. Não tenho duvidas de que a história de Marilyn e James é linda, mas regada de realidade, esta que, com certeza fará parte da vida de Angie. Por isso, consigo entender o quanto é importante para Angie saber mais sobre suas origens, princialmente quando se tem que lidar com o preconceito e as diferenças. Já irei adicionar este livro a minha lista de desejados e espero não demorar a adquirir um exemplar.
Olá Ana!
ResponderExcluirAdorei conhecer mais sobre o livro, o enredo parece ser lindo, a capa já tinha me chamado atenção e agora ao ler sua resenha, me interessei mais ainda.
Vai para meus desejados.
Bjs!
Gostei muito do outro livro dela e a expectativa por esse tá alta mesmo. Parece que o livro consegue pegar tudo aquilo que gostei do outro da autora e com uma história diferente e cheia de temas importantes e legais de ver. Gostei dessa narrativa com mais personagens também, de poder ver mais coisas e entender mais delas. E as partes tristes já me deixam curiosa pra ver se ela vai conseguir passar bem essas coisas. Tô doida pra ler ^^
ResponderExcluirGanhei Cartas de amor aos mortos em um sorteio e estou ansiosa para ler. Fiquei interessada nesse também, achei legal a ideia da autora de ter duas narradoras contando a mesma idade, parece uma leitura que envolve para saber como foi o desenrolar da mãe e pai da personagem, mas deve mexer muito com as emoções do leitor racismo é muito revoltante.
ResponderExcluirOi Ana.
ResponderExcluirQuando vi a capa, fiquei curiosa, mas não é o tipo de leitura que eu faria.
Sei lá, não curti.
Beijão
Oi ANa.
ResponderExcluirLi Cartas de amor aos mortos e não gostei muito.
Estava um pouco receosa para ler esse novo livro da autora, mas gostei bastante de ter duas narrativas de Marilyn e Angie com 17 anos.
Fiquei bastante curiosa para saber o que aconteceu entre Marilyn e James e gostei de saber que o racismo é abordado nesse livro. É necessário que esses assuntos sejam mais abordados nos livros, filmes e séries. Para que as pessoas reflitam que não é normal tratar as pessoas de forma diferente por nenhum motivo. Devemos respeitar uns aos outros.
Beijos
Oi,Ana!!
ResponderExcluirGostei muito de saber sobre esse novo livro da autora, li Cartas de Amor aos Mortos tem mais de um ano e gostei muito. Fiquei bem curiosa para ler mais essa história sobre Marilyn, James e Angie
Bjoss
Não sabia sobre este novo livro da autora, pois amei muuuuito Cartas de amor aos mortos.
ResponderExcluirAchei legal como ela soube abordar o racismo de uma forma que toca bastante o leitor. Parece ser um livro emocionante e já estou cheia de expectativas.
Adorei a resenha e a indicação.
Beijinhos
She is a Bookaholic
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOI Ana.
ResponderExcluirEu adoro que cada vez mais, vemos livros falando de assunto sérios, que desperta no elitor certos questionamentos, eu já havia visto falar do livro Cartas de Amor aos Mortos, todavia, confesso que ele não me chamou a atenção não, o que claro, não foi o caso desse livro, que já estou ansiosa para conferir.
P.S eu já havia visto falar sobre o KKK, mas não sabia que eles ainda podem está ativos.
Bjs.
Olá, eu gostei bastante de Cartas de Amor aos Mortos, e naquela época já tinha entendido que Dellaira escreveria livros extremamente emotivos e com dramas complexos. Minha teoria se prova nessa nova obra da autora, que trata desde questões familiares a racismo estampado. Beijos.
ResponderExcluirCartas de Amor aos Mortos é um dos meus livros favoritos e único livro que li da Ava Dellaira. Tanto a história como o tema abordado achei muito legal do livro na resenha. Quero muito ler e conhecer mais sobre a Angie e sua mãe.
ResponderExcluirNossa, imagino a intensidade e emoção desse livro.
ResponderExcluirÉ triste e, ao mesmo tempo, importantíssimo lermos sobre racismo, preconceitos no geral, etc., mas é de doer o coração.
Quero muito lê-lo e também ler Carta de amor aos mortos.
bjss