Meu primeiro contato com Isabel Allende foi com o livro Muito Além do Inverno, que apesar de não ter sido o melhor livro que li em minha vida, explica muito bem a fama da autora. Filha da Fortuna é um clássico que narra a história de Eliza Sommers, uma jovem chilena que foi criada por uma rica família inglesa em Valparaíso. Miss Rose Sommers deu tudo do bom e do melhor para a filha adotiva, que teve, inclusive, acesso a uma educação que outras meninas daquela época não tinham. Então, quando Eliza se apaixona por Joaquín Andieta, um dos empregados do tio adotivo, ninguém imaginava que ela deixaria tudo o que aprendeu para embarcar nas aventuras do amor.
Joaquín é um jovem com os ideais liberais, ideologia que estava, aos poucos, se difundindo pela Europa. Apesar de corresponder aos sentimentos de Eliza, ambos sabem da impossibilidade do relacionamento: naquela época, uma moça bem apessoada casar-se com um "João ninguém" era, no mínimo, uma afronta à sociedade. Sendo assim, quando surge a notícia de que existe ouro na Califórnia, Joaquín não pensa duas vezes antes de ir tentar a sorte por lá, tendo como principal objetivo voltar e dar um casamento digno a Eliza. Meses depois, após uma descoberta que mudaria sua vida para sempre, a protagonista embarca clandestinamente para a Califórnia a fim de encontrar seu amado.
Para quem gosta de livros extremamente descritivos, Filha da Fortuna é perfeito. Allende fala muito sobre a cultura chilena e diversas outras que acabam surgindo enquanto Eliza viaja escondida no porão do veleiro, o que é legal e interessante até o ponto em que se torna chato e cansativo — pelo menos para mim. A primeira parte da narrativa, que é divida em três, é a mais lenta de todas. Em muitos momentos me deu uma vontade gigante de largar o livro e procurar outra coisa para ler. E é aí que entra o dom de Isabel Allende, que começa a ganhar o leitor no decorrer do texto, como quem não quer nada.
Além disso, eu senti muita, muita falta de diálogos. Eles custam aparecer e, quando finalmente alguém resolve conversar nessa história, não trocam mais do que algumas frases. Acredito que o fato de eu não ter conseguido ler mais do que um ou dois capítulos por dia foi devido essa ausência. Engraçado que a gente não percebe a importância das coisas até que elas nos são tiradas e essa premissa vale muito para os diálogos. Ah, os capítulos são um pouquinho grandes, o que pode incomodar àquelas pessoas que só param de ler quando chegam ao fim deles, como é o meu caso.
O mais interessante é que esse não é um livro sobre um casal que se apaixona e acaba se separando por algum motivo. É muito mais sobre a trajetória de Eliza até encontrar Joaquín do que sobre o encontro de fato. Para uma pessoa que achava que não conseguiria viver feliz e em paz sem um homem, se tornar uma mulher independente e capaz de sobreviver aos piores desafios sozinha foi o melhor aprendizado que Eliza poderia ter, principalmente em um romance histórico que se passa no século XIX.
Acredito que Filha da Fortuna não seja aquele tipo de livro que a gente senta e consegue ler de uma vez. Assim como a jornada de Eliza é longa, a nossa como leitores desse livro em especial também é, o que não é necessariamente ruim, afinal. Isabel Allende não deu um desfecho real para a história, o que me deixou irada até eu descobri que há uma continuação, Retrato em Sépia. A minha esperança é que a Bertrand Brasil relance essa obra também — e que, por favor, mantenha a padronagem que está simplesmente maravilhosa!
[…] se ela tivesse nascido mil vezes antes e tivesse que nascer mais mil vezes no futuro, viria sempre ao mundo com a missão de amar aquele homem da mesma forma.
Para quem gosta de livros extremamente descritivos, Filha da Fortuna é perfeito. Allende fala muito sobre a cultura chilena e diversas outras que acabam surgindo enquanto Eliza viaja escondida no porão do veleiro, o que é legal e interessante até o ponto em que se torna chato e cansativo — pelo menos para mim. A primeira parte da narrativa, que é divida em três, é a mais lenta de todas. Em muitos momentos me deu uma vontade gigante de largar o livro e procurar outra coisa para ler. E é aí que entra o dom de Isabel Allende, que começa a ganhar o leitor no decorrer do texto, como quem não quer nada.
Além disso, eu senti muita, muita falta de diálogos. Eles custam aparecer e, quando finalmente alguém resolve conversar nessa história, não trocam mais do que algumas frases. Acredito que o fato de eu não ter conseguido ler mais do que um ou dois capítulos por dia foi devido essa ausência. Engraçado que a gente não percebe a importância das coisas até que elas nos são tiradas e essa premissa vale muito para os diálogos. Ah, os capítulos são um pouquinho grandes, o que pode incomodar àquelas pessoas que só param de ler quando chegam ao fim deles, como é o meu caso.
— Não diga tontices, o mundo é grande a vida é longa. É tudo uma questão de atrever-se.
O mais interessante é que esse não é um livro sobre um casal que se apaixona e acaba se separando por algum motivo. É muito mais sobre a trajetória de Eliza até encontrar Joaquín do que sobre o encontro de fato. Para uma pessoa que achava que não conseguiria viver feliz e em paz sem um homem, se tornar uma mulher independente e capaz de sobreviver aos piores desafios sozinha foi o melhor aprendizado que Eliza poderia ter, principalmente em um romance histórico que se passa no século XIX.
Acredito que Filha da Fortuna não seja aquele tipo de livro que a gente senta e consegue ler de uma vez. Assim como a jornada de Eliza é longa, a nossa como leitores desse livro em especial também é, o que não é necessariamente ruim, afinal. Isabel Allende não deu um desfecho real para a história, o que me deixou irada até eu descobri que há uma continuação, Retrato em Sépia. A minha esperança é que a Bertrand Brasil relance essa obra também — e que, por favor, mantenha a padronagem que está simplesmente maravilhosa!
Titulo Original: Hija de la Fortuna
Autora: Isabel Allende
Páginas: 378
Tradução: Mario Pontes
Editora: Bertrand Brasil
Livro recebido em parceria com a editora
Meu primeiro contato com a escrita de Isabel Allende também foi com Muito Além do Inverno. Que foi uma leitura forte mas também reflexiva.
ResponderExcluirFilha da Fortuna em um primeiro momento parece ser sobre um amor impossível devido a diferenças sociais porém é muito mais. É sobre a jornada de Eliza sua transformação de uma mulher que vai atrás do seu amor em alguém que busca a si mesma sua força sua cultura e origens.
Não sei porquê, mas achava que Isabel escrevia algo mais voltado para o terror, mas me surpreendo ao encontrar um romance histórico.
ResponderExcluirA premissa é interessante, mas não sou fã de leituras muito descritivas e com pouco diálogo, na verdade eu amo um bom diálogo.
Esse detalhe seria um problema pra mim.
Beijos
Ando adorando esta nova versão das mulheres! Tipo, antes frágeis e vítimas, hoje? Donas de si e de suas vontades!
ResponderExcluirAcho isso super importante,ainda mais quando há amor envolvido,como no caso do livro acima!
Ainda não conheço as letras da autora,mas amo obras detalhadas, sei lá, minha imaginação precisa disso e por isso, adorei o que li acima.
Diálogos realmente são importantes, mas...mesmo assim, vai para a lista de desejados!!!
Beijo
Gosto de uns livros descritivos, mas tenho que estar no clima pra isso. Demora mesmo pra ler e que doideira isso dos poucos diálogos. Aí pesa bastante mesmo. Acho legal uns livros assim pra conhecer alguns lugares ou culturas diferentes, essas coisas. Quando falam bastante sobre uma coisa a gente acaba sabendo mais né. Mas não sei como seria ler esse. Como disse teria que estar no clima pra livros assim. Se Nao é de demorar horrores pra ler e aí não dá pra tirar toda aquela graça que a história pode ter por fazer a gente pensar em tantas coisas. Tem muito pra se pensar nesse, isso ja deu pra ver.
ResponderExcluirGosto muito de livros descritivos,nunca li nada da Isabel mas sempre tive muita curiosidade.
ResponderExcluirTenho esse livro em inglês mas nunca parei para dar uma chance, quem sabe agora depois de ler sua resenha eu comece a ler.
beijinhos
She is a Bookaholic
Nicole, acredito que não irá se arrepender se der uma chance. Ela escreve muito bem, é impressionante.
ExcluirAna!
ResponderExcluirEmbora goste muito da autora e de livros descritivos, acredito que o fato de ter poucos diálogos e descrições excessivas, devem mesmo tornar o livro cansativo, ainda assim, conhecer um pouco mais sobre a cultura chilena deve ser interesante.
“Fé e esperança são as luzes que devem nos iluminar nesta época de reflexão. Boas festas!”
cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DEZEMBRO - 7 GANHADORES – BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!
Oi, Ana!!
ResponderExcluirAinda não conhecia a autora Isabel Allende, mas dar para notar que essa história não é tão instigante para despertar minha atenção, pois não curto muito livros que são descritivos, apesar que parece ser uma história bem interessante principalmente para quem quer conhecer um pouco mais sobre a cultura chilena.
Bjos
Costumo não gostar desse estilo de capa, mas as da Isabel Allende me chamam bem a atenção por ser minimalista. Sobre o livro, o que me deixou instigado foi a passagem no século XIX e todo um enredo com pegada de clássico. Sou curioso desde Muito Além do Inverno, e acompanhar a trajetória desses dois me instigou ainda mais.
ResponderExcluirEntão, para eu gostar de um livro muito descritivo, tem de ser um livro incrível, estilo "O Senhor dos Anéis". Não sei se gostaria dessa obra, embora o enredo seja interessante, diferente.
ResponderExcluirAcho que talvez você goste. Porque eu sou tipo assim também e gostei muito de O Senhor dos Anéis (mesmo achando que muitas coisas eram desnecessárias).
ExcluirA história é diferente, até me deixou curiosa, mas provavelmente não lerei.
ResponderExcluirAcho muitooooo descritivo também os livros da Isabel Allende, já tentei ler vários dela, mas realmente não consigo kkk
bjs
Oi, Ana
ResponderExcluirSua resenha é a segunda que leio desse livro e esta com mais detalhes, que gostei de saber.
Mesmo sendo uma leitura difícil e com capítulos grandes tenho certeza que adoraria conhecer outras culturas, também gosto de ler capítulos inteiros.
Não sei se o amor do casal prevalece, mas o que percebemos que Eliza cresce muito nessa aventura de ir atrás de seu amado Joaquín.
Beijos
Eu adoro romances históricos eu já conheço alguns livros dessa autora e esse livro tem uma sinopse uma proposta diferente de muita coisa que eu já li do gênero principalmente por se tratar de um romance de época ambientado no Chile que é uma coisa que eu não tinha lido até agora e despertou completamente a minha atenção
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