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14 de maio de 2019

A Metade Sombria | Stephen King


Na cidade de Castle Rock (sim, você já ouviu esse nome, muitas histórias do King se passam aqui) vive o escritor Thad Beaumont. Ele, a esposa Liz e os gêmeos levam uma vida tranquila. Seus livros não são muito famosos, estão sempre na média e ele gostaria que isso mudasse. Já George Stark tem livros muito conhecidos e apreciados, e apesar de toda violência contida neles, o público parece sempre clamar por mais.

Mas Thad e George são a mesma pessoa, e essa revelação choca a muitos. Thad decidiu por um fim em seu pseudônimo organizando um show e chamando toda a mídia para assistir o funeral, com direito a lápide falsa e tudo. Já que esse é um livro do King, sabemos que as coisas não acabam aí. Quando Thad começa a escrever novamente algo o atormenta. O enterro de mentira parece ter dado voz ao morto... Seria isso possível? Aparentemente sim, já que alguém está matando pessoas muito próximas a Thad, e ele jura que o culpado é George Stark. Ou seria ele mesmo?

Uma coisa interessante no fim das contas é que o próprio King escreveu livros sob um pseudônimo por um tempo de sua vida. Richard Bachman tinha livros muito mais sombrios do que o King, que começou a usar esse nome para tentar entender se suas obras vendiam pela fama do seu nome ou por serem boas. A Metade Sombria surgiu justamente por que em 1985 a história foi descoberta e King precisou se livrar de Bachman. 

Quando ele começava a escrever, muitas vezes era assim: um exercício seco e estéril. Não, era pior que isso. Começar sempre parecia meio obsceno, como beijar de língua um cadáver.

Stephen King, na minha opinião, é o único autor capaz de criar cenários ridiculamente bizarros e fazer com que a gente acredite neles. Às vezes podemos até pensar que nada tem lógica, mas sentimos medo/tensão do mesmo jeito. Por exemplo, como explicar o fato das digitais e do DNA do assassino serem as mesmas de Thad Beaumont, sendo que é impossível que ele tenha cometido os crimes? Isso porque sempre havia alguém com ele nesses momentos, então confirma que seria tecnicamente impossível, não é?

Além de achar o desenvolvimento de A Metade Sombria sensacional — não só o enredo, mas também os personagens — gosto mais ainda de a história em si ser tão ligada ao King. Eu sei que cada livro dele é um pedaço dele, mas sempre que ele cria um protagonista que é escritor, é muito mais fácil enxergar essa essência. Ao meu ver, Beaumont é nada mais nada menos que um "outro eu" do King.

Ademais, como o próprio nome indica, esse é um dos livros mais sombrios do Mestre simplesmente porque ele mexe com o leitor na medida em que trabalha com a personalidade do personagem, que não deixa de ser uma pessoa comum, que tem um trabalho comum e uma família comum. Quer dizer, ele trabalha com a dualidade de todos nós, seres humanos, afinal, todos não dizem que cada um tem um lado bom e um lado ruim?

A nova edição da Suma está uma maravilha, dispensa comentários. Não vejo a hora de relançarem mais livros sensacionais na Biblioteca Stephen King. Ah, só um último aviso antes de mais uma leitura incrível: no final desse livro tem spoiler do próprio King sobre O Concorrente, que é outra obra do autor. É bom avisar :P

Título Original: The Dark Half
Autor: Stephen King
Páginas: 464
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Suma
Livro recebido em parceria com a editora

10 comentários :

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Coração fica tão feliz quando há resenha de algum trabalho do Mestre King!Ainda mais quando é um livro que eu ainda não li.
    Vale dizer que esta coleção capa dura está um escândalo de linda e eu preciso urgente completar a minha!
    Gosto muito disto de pseudônimo hoje em dia, dá para conhecer um autor(autora) em outras vertentes da literatura e isso é maravilhoso!
    Com certeza, lerei!!!
    Beijo

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  3. Não sei nem se tenho coragem de ler algo mais sombrio dele. Já li do autor e gostei desse jeito de trabalhar o personagem e a mente, da tensão. Mas algo mais macabro acabo fugindo. Gostei das coisas que disse do enredo e de como faz o leitor se borrar mesmo com umas coisas sem logica. Isso é bem interessante porque dá pra ver que ele consegue escrever algo que mexe muito com a gente. Mas vou dizer que esse mão sei se leria. Não é lá meu estilo.

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  4. Que enrascada Thad se meteu hein? Criou uma digamos, alter ego, que por um tempo o ajudou a realizar o sonho de ser escritor mas que se tornou sua Metade Sombria.
    #Curiosa para saber se existe realmente um Stark

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  5. Oi Jéssica,
    O que mais gosto do King além da diversidade de suas histórias são esses elementos reais que fazem parte de sua vida como escritor e que, consequentemente, fazem parte de nossas vidas como leitores. A ideia de ter dois personagens, mas estes serem a mesma pessoa é bem curiosa, pois já fico imaginando como essa narrativa funciona. Thad tem uma personalidade bem clara, é pai, marido, autor, mas quando ele é Stark o quanto disso ainda faz parte dele? Esse é mais um livro de King que nunca tinha ouvido falar e, por isso, agradeço que a Suma tem feito esses relançamentos e ainda mais nessas edições maravilhosas.
    E obrigada por avisar sobre o spoiler ao final do livro!!

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  6. Ah, livros do King não são o meu forte, ainda mais sabendo que esse é um dos mais sombrios do autor.
    Mas acho genial a premissa, ele parece escrever com maestria.
    E essas novas edições estão incríveis.

    Beijos

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  7. Não leio livros de terror. Nunca li nada do King, mesmo sabendo que ele tem um livro bastante conhecido sobre a escrita. Quanto ao livro A metade sombria, achei interessante o autor já ter utilizado um pseudônimo, o que demonstra que a construção do protagonista foi inspirada no próprio King.

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  8. Oi, Jéssica
    Estou adorando que a Editora Suma esta trazendo os livros esgotados de King, nessas versões maravilhosas de capa dura com cores que deixa o leitor de boca aberta.
    Tenho muita vontade de ler King um dia, mas terror eu evito. Claro que esse livro vai para minha lista de desejos, amo um suspense. A pergunta que não quer calar será que Stark existe?
    Bom até eu se fosse escritora de sucesso como King ia escrever com pseudônimo para ter certeza se os leitores gostam da minha escrita ou se só de ter o nome King para vender.
    Genial ele usar seu exemplo para escrever o livro.
    Vai que King criou outro pseudônimo e esta de boa escrevendo e nós não descobrimos ainda?
    Quero muito ler, beijos!

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  9. Gostei muito da sua resenha, Jéssica.
    Deu pra entender bem a trama.
    Achei fascinante e já quero ler!
    Tenho medo de ler os livros do King, mas esse parece ser mais forte no sentido psicológico no que de terror.
    bjs

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  10. Oi, Jéssica!!
    Ainda não li nenhum livro do Stephen King esse ano é já estou com saudades de ler algo do autor. E achei bem intrigante a história parece ser um livro que prende o leitor de inicio ao fim!!
    Bjs

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