Os Gigantes da Montanha é uma fábula escrita por Luigi Pirandello na década de 30 e é um marco da dramaturgia do século XX. A peça é encenada pelo Grupo Galpão — que é mineiríssimo, graças a Deus — sob direção de Gabriel Villela desde 2013 e foi trazida para o mundo dos quadrinhos agora em 2019, pelas mãos dos artistas Carlos Avelino e Bruno Costa, com idealização de Inês Peixoto, que também faz parte do Grupo Galpão.
A história narra a chegada de uma companhia de teatro, que está arruinada economicamente, a uma vila onde a magia reina. O lugarzinho misterioso, isolado do resto do mundo, é comandando por um mago, Cotrone, que convence os atores a permanecerem na vila representando apenas para si mesmos. Porém, a Condessa Ilse, esposa do dono do grupo teatral, está tão obcecada por uma montagem chamada A Fábula do Filho Trocado que exige apresentá-la mundo afora. A solução encontrada pelo mago foi "convidar" seus companheiros gigantes da montanha, um povo que não só não valoriza a arte, como a odeia.
Apesar de ser extremamente famosa, a obra de Pirandello não foi finalizada devido a morte do seu autor. A cena final, onde a companhia apresentaria A Fábula do Filho Trocado para os gigantes não foi escrita: o fim foi apenas contado para o seu filho na véspera de sua morte. Sendo assim, o seu final aberto nos permite duas interpretações: a apresentação, de fato, onde os gigantes se curvariam ao grupo, ou uma enorme tragédia, resultado da fúria dos mesmos gigantes.
Os Gigantes da Montanha veio ao mundo com a intenção de firmar uma crítica sobre a desvalorização do teatro nos tempos de hoje, onde tudo é extremamente realista e objetivista. Tendo em vista os diálogos, os textos e ideia proposta pelo autor, que são bem intrincados, não sei consegui chegar, de fato, à essa moral da história. Acredito que o final, escrito de verdade, seria imprescindível para o total entendimento da obra.
Nunca tive a oportunidade de assistir à peça, mas pelas fotos, tenho certeza que Carlos Avelino conseguiu colocar no papel a essência da história, mostrando com riqueza de detalhes as maquiagens e os figurinos. Os diálogos foram condensados por Inês Peixoto, que interpreta a Condessa Ilse na versão teatral.
Título Original: I Giganti Della Montagna
Autor: Luigi Pirandello
Páginas: 104
Tradução: Beti Rabetti
Editora: Nemo
Livro recebido em parceria com a editora
Um livro interessante e gostei disso de falar de teatro nele. Dar uma moral pra uma arte que começou tantas outras é bonito. Mas achei muito doido não ter um final. Mesmo pelas circunstancias, não deu pra fazer, mas é uma coisa que pode acabar prejudicando aquela graça do livro mesmo. Chama atenção e amo essas histórias com magia, clima de contos de fada e etc. Mas ficar só imaginando o verdadeiro fim da história acaba sendo meio triste.
ResponderExcluirOlha que genial! Ainda não sabia nem da existência da peça e nem deste livro trazendo isso dos quadrinhos e claro, do teatro. Triste né isso de poucas pessoas terem acesso ainda a este tipo de arte, principalmente aqui pros lados do interior.
ResponderExcluirFalta de interesse, falta de incentivo, falta de vontade. Acho que junta tudo.
Por isso, obras assim e peças também tem que continuar sendo levadas a todos nós e claro, incentivadas!!
Com certeza se tiver oportunidade, quero muito conferir.
Beijo e viva a magia!
Eu conheço - de nome - o grupo Galpão, mas me envergonho em dizer que não conheço essa peça.
ResponderExcluirTenho um amor imenso pelo teatro, então será muito bacana fazer essa leitura.
Amei a resenha!
Beijos
Olá! ♡ Nossa, eu não conhecia essa fábula, nem o autor e o Grupo Galpão, confesso que ultimamente estou bem desinformada sobre o mundo do teatro, apesar de adorar essa arte.
ResponderExcluirAchei bem interessante a premissa da história, é uma pena que o autor não conseguiu finalizar a obra.
Gostei muito da crítica da obra, sobre a desvalorização do teatro, um tema realmente muito relevante levando em consideração os tempos em que vivemos.
Obrigadas pela indicação! Beijos! ♡
Gigantes da Montanha é uma obra atemporal. Com críticas a sociedade, quem a governa, a desvalorização do teatro e consequentemente quem vive dele. Cabia lá na década de 30 e continua bem atual. Tudo isso permeado pelo bom humor
ResponderExcluirEu nunca tinha ouvido falar!
ExcluirNa realidade fico me questionando se entendi direito, mas vamos lá. Acho que talvez o quadrinho mesmo que não tenha me atraído tanto. :(
Ana!
ResponderExcluirA escrita de um livro sobre críticas sobre como anda o teatro, principalmente aqui no Brasil, deve ser interessante mesmo que o final não tenha sido escrito, poderiam pelo menos ter colocado um adendo sobre o final que ele repassou para o filho.
cheirinhos
Rudy
Oiii ❤ Essa parece uma ótima leitura, gostei da trama ser sobre um grupo de teatro com problemas financeiros e tudo mais.
ResponderExcluirÉ uma pena que o final não tenha sido concluído e, por isso, não dê para saber se os gigantes fizeram parte da peça ou o que. Isso me deixou bem curiosa.
Me chamou a atenção a crítica contida na obra, de que o teatro vem sendo desvalorizado, o que realmente é uma pena, já que essa arte é muito importante e precisa ser conservada.
Beijos ❤
Achei a premissa bem original, que traz a questão da desvalorização da arte teatral. Me fez lembrar a Literatura de Cordel. Tão rica e tão pouco apreciada.
ResponderExcluirÉ uma pena que seja uma obra inacabada, mas acontece, né?
Olá!
ResponderExcluirAdoro um teatro, ele nos traz uma historia de uma maneira maravilhosa. Já fui em um teatro que tratou da historia de A bela e a Fera, eu amei. Esse livro é interessante, me deixou bastante curiosa por ela. Afinal a capa e linda!
Meu blog:
Tempos Literários
Histórias que carregam com si uma crítica ganham minha atenção bastante. E fico imaginando do a sorte dele ter contado o final ao filho antes de partir. Mas não conhecia Pirandello, mas sonho um dia poder conhecer sua obra e é claro assistir a peça.
ResponderExcluirOi, Ana
ResponderExcluirNão conhecia o livro é nem a peça de teatro.
Bom na minha cidade que é no interior de Minas quase nunca veio peças de teatro e quando aparece é geralmente comédia tipo stand up.
O livro parece ter um enredo interessante vou pesquisar mais sobre ele e poder ler.
Beijos
Oi, Ana
ResponderExcluirAchei a ideia bacana, embora meio confusa.
Parece trazer algumas reflexões boas sobre teatro e arte no geral.
Queria saber o que ele contou ao filho na véspera da morte.
Bjs
A ideia é bacana sim, mas acho que o processo de transformar a história original em quadrinho acabou deixando muita coisa que talvez fosse importante de lado, né?
ExcluirOi, Ana!!
ResponderExcluirAchei bem interessante a premissa de Gigantes da Montanha, e é mais interessante ainda que uma fábula escrita na década de 30 ainda retrata a desvalorização do teatro nos tempos de hoje.
Bjs
Que livro fofo! Confesso que faz muito tempo que não leio fábulas e na minha infância era meu estilo preferido. Gostaria de ler esse livro e também para meu filho conhecer esse gênero fantástico.
ResponderExcluirDécada de 30? Meu Deus, u-a-u! Eu não conhecia o livro e muito menos a peça de teatro - essa última eu culpo o fato de eu ter vivido toda a minha vida em cidade pequena e não ter contato com o teatro. Apesar da vontade de assistir alguma peça algum dia, nunca tive tanto interesse em procurar muito pois ficaria só na vontade de querer ver. Agora algo que atiçou a minha curiosidade foi o fato do livro não ter sido finalizado e ter ficado com o final aberto. Tô me perguntando se o livro simplesmente acaba do nada antes da apresentação. Fiquei interessado na obra e acho que meu irmão mais novo gostaria também...
ResponderExcluirBeijos, ♡.