Ambientado em Cingapura, Ponti é narrado sob o ponto de vista de três personagens em três épocas distintas. Na década de 70, acompanhamos Amisa, uma jovem que resolve sair de casa em busca de um futuro melhor. Em determinado momento, a personagem encontra um diretor de cinema que tem um papel perfeito para ela: uma pontianak, demônio que atrai homens com sua beleza e se alimenta do sangue deles. Em 2003, temos Szu, uma adolescente de 16 anos cheia de conflitos internos e que não tem um único amigo. Por último, em 2020, somos apresentados à Circe, uma mulher que odeia seu trabalho e que acabou de passar por um divórcio conturbado.
A primeira pergunta que vocês devem estar se fazendo é qual a relação entre essas três protagonistas, certo?. Szu é filha de Amisa, e Circe é a primeira e única amiga de Szu. Para entendermos o porquê de Szu não fazer mais parte da vida de Circe em 2020, precisamos entender o que aconteceu em 2003, quando elas eram apenas adolescentes. Para entender o porquê de Szu ter uma relação tão conturbada com a mãe, foi necessário conhecer a história dela, na década de 70. Amisa rejeita Szu puramente porque sua carreira foi rejeitada: seus filmes de baixo orçamento, Ponti 1, 2 e 3, fracassaram e só receberam certo reconhecimento anos depois, quando se tornaram uma referência cult. A história fecha seu cerco quando Ponti está prestes a ganhar um remake e Circe fica responsável pela divulgação do novo filme. E é assim que a vida delas está interligada.
Meus sentimentos em relação à Ponti foram um tanto confusos e conflitantes. Comecei gostando bastante, porque a narrativa de Sharlene Teo é realmente muito boa e as protagonistas são tão intrigantes — principalmente Amisa — que a gente sente aquela vontade de saber mais sobre elas e tal. Porém, quando cheguei mais ou menos metade do livro, comecei a me questionar aonde a autora queria chegar com a história, porque até então nada tinha acontecido. Ok, as três personagens têm essa ligação, mas em momento algum existe um ponto que as conecta de verdade. Não tem nenhum ponto alto, não tem aquela reviravolta que mexe com a gente... É só uma história sobre três pessoas que se conhecem, que se mantém morna do início ao fim.
Acho que assim como a maioria dos leitores, eu fiquei o tempo todo esperando por um segredo que conseguisse justificar o enredo, mas ele simplesmente não existe. Fiquei esperando uma grande revelação sobre qualquer uma das personagens, mas ela não veio. Então, apesar da narrativa que envolve, Ponti não leva a lugar nenhum. Não consegui enxergar um sentido para tudo aquilo que Sharlene Teo expôs. Existe uma trama, toda essa coisa das relações, mas ela não se sustenta e é justamente isso que frustra.
Para ser sincera, o que me deixa mais triste é saber que o potencial de Sharlene Teo foi desperdiçado com um livro mal desenvolvido. E é exatamente por saber desse potencial que com certeza leria outra obra da autora. Mas Ponti... Não sei... É bem difícil e estranho articular sobre um livro bem escrito, mas que fala, fala, fala e não fala nada.
Título Original: Ponti ✦ Autora: Sharlene Teo
Páginas: 272 ✦ Tradução: Alessandra Esteche ✦ Editora: Intrínseca
Livro recebido em parceria com a editora
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Oi Ana!
ResponderExcluirQue capa linda!!! Se não me engano, Ponti faz parte do Intrínsecos não é?
A gente espera um segredo, uma revelação bombástica em histórias onde a família é o centro da história.
Curto acompanhar passado e presente, ainda mais quando se entrelaçam.
Histórias mornas assim, sem nenhuma reviravolta ou grande revelação me deixa muito com o pé atrás porque tudo vai depender do quanto a escrita e narrativa da autora vai te prender. Gostei bastante da premissa de Ponti, os 3 pontos de vistas e em épocas diferentes é sensacional, mas confesso que não me empolguei muito tal qual suas considerações finais. Quem sabe dando uma chance pra outro livro da autora também?
ResponderExcluirOi Ycaro!
ExcluirEu sempre sou da opinião que a gente tem que ler a obra pra tirar as próprias conclusões! Então sempre falo pras pessoas lerem porque o que eu acho pode não interferir na sua leitura, né?
Confesso que eu gosto dessas histórias que contam vários pontos de vista e a gente vai vendo o que os personagens têm a ver um com o outro. Além disso, os anos diferentes também ajuda muito né?
ResponderExcluirUma pena que não foi o melhor que aconteceu nesse livro. Esperei alguma opinião que me fizesse correr pra ler, mas ás vezes acontece de não ser aquilo que a gente esperava.
Abraços
Ana!
ResponderExcluirQue pena o livro ser um relato das três mulheres com seus dramas pessoais, mas não levar a nada, nem uma motivação oculta, ou algo que chame a atenção ao ponto de trazer uma emoção maior.
cheirinhos
Rudy
Olá...
ResponderExcluirAdorei sua resenha!
Particularmente adoro quando encontro protagonistas intrigantes assim, de uma forma que a gente quer ler mais e mais só para conhece-las melhor. Porém, não gosto desses livros que não possuem nenhum acontecimento ou reviravolta... É como você mesma disse, em livros assim parece que "fala, fala, fala e não fala nada".
Beijos
http://coisasdediane.blogspot.com/
Esse livro foi muito resenhado quando foi lançado. Mas infelizmente,não de uma forma positiva. Eu nunca tinha me atentado a ele de fato. Sei lá, não tinha gostado da capa..rs aí como as resenhas nunca foram boas, acabei deixando passar.
ResponderExcluirAgora lendo sua resenha, entendi que o livro tinha sim, tudo para ter sido um sucesso, mas a falta de profundidade dos personagens, até a falta de algum ponto no enredo.
Mesmo assim, se puder, quero sim, ainda ler a obra e tirar minhas conclusões!!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Ai amiga, livros nesse estilo são 8 ou 80 né, infelizmente. A capa eu achei a coisa mais linda! E faça isso miga, leia pra você saber se gosta ou não!
ExcluirOlá Ana Clara!
ResponderExcluirÉ uma pena que o livro seja um tópico exemplo de história que roda, roda, roda mas não sai do lugar, pois na relação entre as personagens poderia ter uma reviravolta ou um escândalo para agitar as coisas rsrs. O que me chamou a atenção foi o cenário, nunca vi nenhuma história que se passe ou mesmo cite Cingapura, como gosto de conhecer os lugares pelos livros achei esse fato bem legal. Achei a capa lindíssima.
Beijos
Eu pensei em ler Ponti por conta da premissa; essa narrativa intercala entre épocas me chama a atenção. A ambientação também é atraente. Porém, acabei esquecendo e não adicionei na lista.
ResponderExcluirConhecendo sua opinião, acho que não vou ficar sem adicionar na lista.
Fico feliz em saber do talento da autora, é triste pelo mal desenvolvimento.
Beijos
Eu AMO histórias que percorre na narrativa personagens diferentes e especialmente de momentos diferentes, amo amo amo!
ResponderExcluirJá fiquei curiosa para ler, apesar que isso da história ter esse desenvolvimento enfadonho acaba me desmotivando um pouco.
Acho que nunca tinha ouvido falar desse livro, acredita?
Os Delírios Literários de Lex
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não conhecia esse livro e que pena que não te cativou tanto .É raro encontrar livro ambietado nessa epoca ,mas pelos pontos negativos que voce apontou não fiquei com vontade de ler
ResponderExcluirQue livro bonitinho, parece um caderninho. Nunca tinha visto por aí ou lido sobre. Odeio esses livros mal desenvolvidos, com pontas soltas. Uma pena.. Não conhecia a autora.
ResponderExcluirBeijos
Olá! Confesso o enredo não despertou tanto assim meu interesse, ainda mais com tantas resenhas negativas que eu vi sobre ele, a maneira pela qual a história é contada até me deixa bastante curiosa, mas pelo visto o desenvolvimento d história deixa a desejar.
ResponderExcluirA premissa das personagens e a ligação é bem legal e amo isso de tempo, de narrativas de vem e vão, o tempo fora do comum e etc. Passado e presente. Mas nossa, se no fim das contas fica esse sentimento de "cadê a graça? Qual o plot?" aí complica né, perde a graça. Gostei da ideia mas não sei se seria tão bom de ler se ficar só nisso mesmo =/
ResponderExcluirEu gostei bastante na proposta do livro mas eu tenho certeza de que eu ficaria muito confusa com a cronologia do livro por se tratar de três histórias diferentes contadas em três períodos específicos
ResponderExcluirOii Ana!
ResponderExcluirFiquei confusa com a trama.. Parece ser apenas um enrendo simples sem nada, tipo sem pé e nem cabeça. Talvez eu tenha vontade de ler em algum outro momento.
blog: Tempos Literários
No primeiro momento eu tava gostando da forma como o livro é escrito, unindo 3 pontos de vistas em tempos distintos, mas ao decorrer da resenha acabei desanimando por conta do desenvolvimento do livro, que poderia ser algo tão bem feito mas que no fim só é uma ligação que não tem plot algum.
ResponderExcluirEu acho o plot importante pra dar uma guinada no ritmo de leitura, mas não tenho problema dele não existir desde que a narrativa consiga se segurar. Não é o que acontece, mas dá uma chance, poxa!
ExcluirOi, Ana
ResponderExcluirLi várias resenhas desse livro e a maioria foi negativa, mas mesmo assim quando o livro entrou em promoção eu comprei.
A capa de mercado é maravilhosa, macia e aveludada ao toque.
Entendo porque muitas pessoas não gostaram a trama não conecta as 3 personagens em plot que estamos acostumados a ler e gostar.
Se trata de 3 pessoas que se conhecem e acabam se separando em determinado momento tendo que lidar com seus problemas e frustrações sozinhas.
Beijos
Oi, Ana
ResponderExcluirIiih, que livro enrolado!
Parece ser um drama familiar que envolve conflitos fracos e sem um bom desenvolvimento de trama.
Pelo jeito bem arrastado.
Não vou querer ler não.
Bjs