Lori é uma quarentona, com um filho concebido por inseminação artificial que trancou a faculdade de medicina e desistiu de outras 2 profissões antes de formar-se psicologia. Você confiaria sua vida a ela em um consultório de terapia? Esse é um dos primeiros dilemas a que somos apresentados: por que nos importamos tanto com a vida pessoal de terapeutas, quando no fundo, o que nos salvará é sua humanidade, vulnerabilidade e profissionalismo? Como você pode perceber, a protagonista tem o mesmo nome da autora, o que não é mera coincidência. Apesar dos nomes fictícios, a narrativa é um retrato dos anos de pacientes e consultório de Lori. Um autêntico mergulho no universo de mistérios da mente humana, certamente uma boa pedida a pacientes e profissionais.
Após ser deixada pelo Namorado, Lori encontra mais impasses como ver-se solteira aos 40 anos com um filho pequeno e as loucuras de sua profissão. E como se não bastasse, uma doença autoimune e a iminente morte de seu pai tiram seu sono e sua paz. E assim o romance se desenrola, sobre um fundo caótico da vida adulta, sobre uma rotina caótica como a de qualquer outro ser humano. Acima de todas as coisas, é um romance que lembrará a todos os leitores como nossa vida é frágil, fugaz e como devemos aprender a superar nossos próprios demônios e anseios, preferencialmente através de uma boa terapia.
Os que escolheram o caminho menos convencional, por 50 minutos (ou muitas páginas do livro) debruçam sobre Lori as mazelas e felicidades da vida cotidiana. O primeiro deles é um personagem insuportável, John, que como um bom homem intragável tem atrás de si uma alma ferida, apesar da vida aparentemente perfeita de roteirista de TV. A segunda é Charlotte, uma jovem alcóolatra com problemas de relacionamento, que para mim, é a personagem mais fraca do quarteto. A terceira é Rita, um verdadeiro furacão artístico sexagenário com seus cabelos ruivos e traumas domésticos e familiares inesquecíveis. E por fim, Julie, uma paciente terminal enfrentando a morte iminente.
E através destas quatro psiques, Lori conta em primeira pessoa suas histórias, bem como existem passagens com diálogos emocionantes. Aliás, emocionante é um eufemismo para esse livro. É como se sua alma ficasse aberta diante das páginas e Lori previsse cada pensamento seu e explica-se no parágrafo seguinte porque seu suposto pensamento é incorreto, antiético ou simplesmente, humano. Sendo esta última palavra o que descreveria bem cada um dos 4 personagens principais que frequentam seu consultório: humanos. Imperfeitos, choram quando não veem opções, frágeis. E é incrível como ela relaciona traumas comuns de todos nós com essas 4 vidas, fazendo jus ao subtítulo do livro: Uma terapeuta, o terapeuta dela e a vida de todos nós.
Recomendo este livro aos que pensam em fazer terapia, pois certamente farão você entender seu terapeuta e aproveitar melhor o momento. Recomendo também aos que não cogitam dissecar suas almas em um consultório, pois cada toque, cada página, cada conselho destas páginas farão você enxergar-se de uma maneira completamente nova e revigorada.
Quando vi este livro com sua capa amarela e um pacote de lenços, não entendi o convite explícito à emoção. Ver um paciente morrer sem poder impedir, ajudar alguém a superar a morte de um filho, impedir um suicídio e quando preciso, segurar as rédeas da vida de um paciente lado a lado com ele. É com visceralidade tamanha de quem tem anos de experiência em psicologia clínica que Lori relaciona tudo isso a teorias importantes da Psicologia Moderna, citando Freud, Piaget e outros ícones.
Talvez Você Deva Conversar com Alguém é um livro para chorar, rir, repensar e tomar medidas novas na sua própria vida. É um livro para terminar cheio de post it e quem sabe manchar algumas páginas com lágrimas (e estará tudo bem). É como aqueles filmes que você assiste e quando termina, pensa: vou mudar minha vida e meus rumos a partir de hoje mesmo! Uma jornada psicológica e de saúde mental disfarçada em 450 páginas com diagramação impecável e excelente divisão em 4 partes e 58 capítulos.
Oi My,
ResponderExcluirRealmente uma leitura que mexe com nossas emoções, pois dá vazão a algo que muitas vezes damos pouca atenção..... nossa psique.
Como lidamos com tudo o que nos acontece.
Com certeza vai pra minha lista de desejados
My!
ResponderExcluirComo psicóloga o livro me interessa muito, mesmo que minha especialização não tenha sido na área clínica.
Acredito que livros do gênero, bem escritos, sempre podem nos trazer grande conhecimento e como falou, fazer com que repensemos nossas premissas de vida.
cheirinhos
Rudy
Um terapeuta que tem um terapeuta, que interessante! Engraçado, mas nunca sabemos nada da maioria dos profissionais que passam por nós, ou melhor, que nós passamos ne. Com certeza o profissionalismo conta mais.
ResponderExcluirFiquei curiosa com tanta emoção que se passa no livro. Nunca tinha visto uma resenha dele.
Abraços
Que resenha mais intensa! Eu ainda só tinha visto o livro pela capa, não sabia do que se tratava, mas Lori além de ser uma personagem madura, carrega um peso bem grande em sua vida e a forma como lida com tudo isso é aquele misto de sentimentos!
ResponderExcluirEscolhas, vivemos de escolhas!
Com certeza, o livro vai pra listinha de mais desejados!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Oi My,
ResponderExcluirEu amo postagens que além de livros, nos inspiram, nos ajudam a seguir em frente. Essa resenha foi bem positiva e acho que ajudará muita gente.
Foi uma dica necessária!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Ola
ResponderExcluirPela sua resenha imagino que seja uma leitura que traz muitas reflexoes .
Mas náo bateu aquela vontade de ler .
Náo é uma leitura que me chamou a atençáo mesmo achando interessante abordar o fato de uma terapeuta ter um terapeuta .
Afinal todos nos temos nossos problemas .ninguem é imune .
Acho a capa desse livro uma graça! Ele parece ser bem emocionante mesmo. Adoro esses livros/filmes que nos dão um tapa na cara, mesmo que sutil e nos fazem querer mudar muito as coisas na nossa vida.
ResponderExcluirBeijos
Oi, My
ResponderExcluirAchei sua resenha tão singela e doce, muito legal! Eu não conhecia o livro, mas gostei bastante da capa e da proposta. Acho legal a forma como a vida dos pacientes dão um jeito de adentrar a vida da terapeuta, e nossa, como ela passa por coisa! Ter um emocional forte pra suportar a dor de ouvir os outros e ainda lidar com as próprias perdas deve ser difícil. Parece ser uma obra bastante delicada. Não sei se leria porque não é meu tipo de leitura, mas anotei a dica.
Beijo!
http://www.capitulotreze.com.br/?m=1
Olá, não conhecia o livro. Mas já vai para a lista de desejos.
ResponderExcluirA capa descreve bem o conteúdo, que passa longe de um livro de auto ajuda.
Gostei da forma como a autora trouxe os dilemas dos pacientes de Lori e da própria Lori de uma maneira real, que podemos sentir empatia pelos personagens.
Beijos
Achei interessante por falar da profissão de uma forma mais humana, não só a ciência e medicina por trás. Que mostre a vida da pessoa mas também essa obsessão por saber a vida da pessoa. Meio louco isso né? Essa curiosidade em saber como é a vida de alguém que você foi ali pra te ajudar...Gostei porque parece mostrar um pouco como isso é, abordar essas questões e analisar isso. Misturar realidade com uma história de fundo interessante. Parece legal.
ResponderExcluirOi, My!!
ResponderExcluirAchei que "Talvez Você Deva Conversar com Alguém" é um livro para refletir, se emocionar com os dilemas dessas quatro personagens, sem dúvida é um livro que quero muito ler mesmo sabendo que vou chorar muito com essa leitura.
Oiiii My!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas ao ler a sua resenha fiquei bastante curiosa e com a vontade de ler e junto com a personagem aprender, chorar, amar e etc. Já vou até colocar na listinha aqui!
Blog: Tempos Literários
Desde que esse livro lançou eu e eu fiquei sabendo, ele não sai da minha lista de maiores desejados do momento! Parece ser exatamente o tipo de leitura que eu gosto, que faz a gente pensar em muita coisa da nossa vida!
ResponderExcluirOi, My
ResponderExcluirParece ser um livro bem delicado e que nos faz refletir muito!
Quero começar terapia em breve, e já pensei em me tornar terapeuta um dia também, apesar de ter vergonha de consultar com uma kkkkkkk
Não conhecia o livro ainda, mas prevejo que amarei.
bjs