Eu adoro um bom drama familiar, vocês não têm noção. Eu sabia que ia gostar bastante de Tempo de Reacender Estrelas só de ler a sinopse — coisa que nem costumo fazer, para falar a verdade. Aqui, conhecemos a história de três protagonistas: Anna, Chloé e Lily. Anna é uma mulher divorciada, daquelas que são obrigadas a trabalhar praticamente 24h por dia para dar uma vida digna às filhas, que são as outras duas personagens citadas anteriormente. Por causa disso, é muito ocupada e convive pouco com as meninas e, consequentemente, pouco sabe o que se passa com elas.
Mesmo trabalhando tanto, Anna está afogada em dívidas. Recebe cartas de cobrança quase todos os dias e, como se não desse para piorar, é demitida do seu emprego de anos. Apesar de ficar sem chão, consegue um acordo com seu ex-patrão e recebe um valor suficiente para quitar todas as suas dívidas e recomeçar a vida... Porém, alguns acontecimentos com suas filhas fazem com que Anna tome uma decisão bem maluca: viajar de motorhome com as meninas, saindo da França, para que possam ver a aurora boreal na Escandinávia.
Eu sei, parece realmente uma decisão muito ridícula continuar afundada em dívidas sendo que você tem o dinheiro para pagá-las... Mas o que vocês fariam se percebessem que a família de vocês está se despedaçando? Então, de certa forma, essa viagem foi a solução que Anna encontrou para tentar restabelecer laços com suas filhas. Lily, de certa forma, é a mais tranquila. É muito inteligente e divertida, eu dei altas risadas nas partes narradas por ela — ela escrevia para um diário chamado Marcel, uma piada. O mais interessante é que, apesar de ter apenas 12 anos e ainda carregar grandes traços da sua personalidade infantil, é muito madura e entende as coisas, diferente da sua irmã mais velha.
Chloé me lembra muito eu mesma quando tinha 15 anos. Eu tenho plena consciência que era insuportável e não tinha um pingo de juízo e empatia por ninguém. Mas aos 17, que é a idade da personagem, eu já tinha melhorado bastante como pessoa, apesar de ainda ser imatura em diversos pontos. A questão é que as atitudes de Chloé não condiziam com as de uma menina da idade dela, sabem? Eu sei que adolescente só faz merda, mas nossa senhora, essa menina consegue se superar e se meter me diversas situações embaraçosas mesmo com a mãe super compreensiva que tem.
Outra coisa que fez com que eu me incomodasse muito com Chloé em específico foi o fato de ela ter 17 anos e nunca ter superado o divórcio dos pais. Inclusive, toda vez que o pai ligava para falar com as meninas eu sentia um troço diferente de tanto ódio. Lily não dava muita bola, porque ela sabia o motivo da separação e entendia o porquê da mãe não conseguir mais levar aquele relacionamento... Mas Chloé era facilmente envenenada pelas palavras dele. Eu não sentia raiva dela, mas tinha muita vontade de abrir os olhos dela, sabem? Me senti vitoriosa quando isso aconteceu, apesar de ter sido muito triste.
Apesar de ter revirado os olhos para uma das protagonistas, a história não deixa de ser boa. É muito bem desenvolvida — com exceção de uns detalhezinhos no final que não posso falar para não dar spoiler —, a narrativa é fluida e os capítulos curtinhos também ajudam demais nessa fluidez. Além disso, as paisagens descritas são maravilhosas, senti como se eu tivesse viajando no trailer com elas... Fiquei muito tempo pensando o que eu faria no lugar de Anna... Sendo realista, muito provavelmente pagaria minhas dívidas e tentaria logo arranjar um novo emprego.
Tempo de Reacender Estrelas foi uma leitura muito especial, porque seu foco não é nenhum romance complicado e sim relações familiares, que são as que nós carregamos para o resto da vida. Também fala de forma muito bonita sobre mudanças e como elas começam dentro de nós. Dito isso, gostaria de avisá-los que a obra retrata de forma muito fiel a questão da violência doméstica, então não indico para pessoas sensíveis ao tema.
Título Original: Il est grand temps de rallumer les étoiles
Autora: Virginie Grimaldi ✦ Páginas: 288
Tradução: Julia da Rosa Simões ✦ Editora: Gutenberg
Livro recebido em parceria com a editora
Um dia quero dar a louca assim, e ir tentar ver uma aurora boreal. há coisas bonitas por aí, longe demais sim, mas que acho que fazem bem procurar e ser vista. Se é que teve sentido isso que eu disse rs. Quero muito ler esse livro, mesmo com os temas pesados, acho que deve ser daqueles livros q vc termina e te acalenta sabe!
ResponderExcluirOi Ana!
ResponderExcluirE pensar que muita gente acaba tendo essa rotina insana para manter o sustento da casa... realmente não é fácil e por fim coisas importante do relacionamento familiar se perdem no caminho. Eu gosto de drama também, e espero conseguir ler esse livro em breve.
Beijos
Quanto Mais Livros Melhor
Mais um super desejado, Anaaaa! Aliás os últimos posts do blog foram dos mais desejados.
ResponderExcluirPosso ter r@nço da Chloé mesmo sem ter lido o livro???
Talvez a viagem na época em que aconteceu possa parecer loucura, mas o objetivo da mãe é nobre, reconecta-las enquanto família
O título desse livro já é um convite à leitura! Eu amo essa coisa meio poética envolvida rs
ResponderExcluirMesmo que o enredo não seja apenas fazer as malas e sair pelo mundo. Traz os dramas entre mãe e filhas, traz as dores da vida e os medos do que virá pela frente e há o tema pesado, como a violência doméstica, ali abordado de uma maneira que não deixa nada oposto ao enredo que é de esperança!
Acho que está sendo um livro muito elogiado e por isso, quero muito ler!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Linda capa e lindo nome. Me passou um sentimento de esperança (bem na vibe que estamos agora, com a chegada da vacina!!). Eu com certeza não ia ter paciência para a Chloé, é o tipo de personagem que me dá nos nervos. Fiquei curiosa por conta da irmã dela e seu diário. Não conhecia o livro, mas parece ser gostoso de ler, apesar dos pesares.
ResponderExcluirBeijos
Pelo fatio de focar nisso das relações com a família já achei um livro bem interessante. As vezes a gente cansa de tanto romance e só olhando de capa e cara assim já tinha pensado em mais um. Legal ver que o foco é outra coisa. E algo tão próximo de todos nós. Família, as complicações e barreiras das nossas relações. As pedras no caminho e o que vale no fim do dia. Tem muito sentimento e personagem aprendendo coisas importantes na trama, muito pra se identificar. Pra passar umas raivinhas com atitudes, mas também entender. Parece um livro que prende bem.
ResponderExcluirOlá Ana Clara!
ResponderExcluirEu também adoro um drama familiar, além de toda complexidade das relações humanas ainda no deparamos com situações dignas de aparecerem nos Casos de Família rsrsrs. O livro já me ganhou pela capa, achei lindo os tons de azul e as estrelas. Não julgo a personagem por sua atitude radical, mas jamais faria o mesmo, minha mãe colocou muito medo em mim sobre esse negócio de dívidas. Eu fui uma adolescente muito madura então com certeza vou me identificar com a Lily, já com Chloe tenho as minhas dúvidas mas fiquei super curiosa para saber como essa família vai se reestruturar. Adicionado na lista de Quero ler do Skoob.
Beijos
Oi, Ana
ResponderExcluirAmei essa capa, com cores lindas!
Lendo sua resenha não pude deixar de lembrar do livro Leve-me com você que tem viagem de motorhome.
Nesse livro podemos acompanhar uma mãe em busca de unir, recuperar sua família e para isso vai viajar com as filhas para ver um fenômeno maravilhoso Aurora Boreal.
Pelo jeito é uma leitura que proporciona sentimentos ao leitor e conhecer lugares maravilhosos.
Vai para a lista de desejos, beijos.
ola Ana
ResponderExcluirtambem amo um drama familiar ,eles parecem mais realistas .
quero conhecer essa mulher batalhadora que toma essa decisão de sair com as filhas para ver a aurora boreal ,com certeza os laços familiares foram reestabelecidas com essa viagem .com certeza se tiver oportunidade quero ler sim
Olá! Parece ser uma história bacana, apesar do momento que as protagonistas estão vivendo, acredito que será uma jornada de muitas descobertas e uma maneira de ajeitar o relacionamento entre mãe e filhas, essa capa é muito linda.
ResponderExcluirAna!
ResponderExcluirGosto muito de gramas familiares, mas nem tanto de violência doméstica, embora saiba que exista e muito, sempre me deixam tristes.
Nossa! Ver uma adolescente de 17 aqnos ser um porre é demais, com essa idade já fazia tanta coisa na vida que nem dava tempo de de ser rebelde ou chata...kkkk
cheirinhos
Rudy
Oiiie Amigaa, eu sempre vi esse livro em vários lugares, mas nunca procurei em saber de fato a historia dela. Agora ao conhecer um pouquinho fiquei com muita vontade de ler, além do mais gostei que a personagem tem meu nome, kkkkkk Espero eu ler em breve.
ResponderExcluirBlog: Tempos Literários