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11 de fevereiro de 2021

A Trança | Laetitia Colombani

Quando li a sinopse de A Trança, tinha certeza que ia gostar da história, afinal, acompanha três mulheres que vivem em três continentes diferentes, mas que estão atrás de uma coisa em comum, a liberdade. Engraçado pensar em liberdade unicamente como "condição daquele que é livre", porque eu acredito que cada um de nós tem alguma amarra, alguma coisa que nos prende em situações, coisas que são muito difíceis de nos livrarmos. E é isso o que esse livro mostra.

Conhecemos três personagens que não sabem da existência uma da outra, portanto, três pontos de vista diferentes. Em primeiro lugar, Smita, uma indiana dalit que no sistema de castas do hinduísmo é o grupo mais baixo, "intocável" — que quer uma vida melhor para sua filha; depois, Giulia, que é siciliana e se vê obrigada a cuidar dos negócios da família, um ateliê de cabelos, mas quer investir em algo menos tradicional; por último e não menos importante, temos Sarah, uma advogada renomadíssima que vive de trabalho e, consequentemente, não tem tempo para mais nada... Até descobrir um câncer que vira sua vida de cabeça para baixo. 

Não vou contar detalhes sobre o que aconteceu a cada uma delas para chegarem no ponto que chegaram, para tomar as decisões que tomaram, se não perde o encanto. Mas é um livro que, apesar de curto e rápido de ler, tem uma atmosfera muito forte, que instiga. Mas pudera, estamos falando de mulheres que querem transpor barreiras, sejam religiosas, familiares, sociais... Nada é mais forte do que uma mulher que quer ser livre, que quer ser dona da própria história. Ainda assim, senti que faltou algo!

Passei a trama inteira esperando que a vida das três mulheres se entrelaçasse, até por causa do título, não é mesmo? Isso realmente acontece, mas de forma muito sutil, até poética, diga-se de passagem. Foi um final bonito, mas a questão é que eu, particularmente, esperava por algo mais concreto. É engraçado, porque depois de terminar, tive certeza que daria um filme maravilhoso, com uma história levando a outra, com um desfecho daqueles de fazer a gente morrer de chorar, mas que no livro não funcionou muito bem. Não sei se vocês entendem o que eu quero dizer, rs. Ah, e por falar nisso, A Trança realmente vai virar filme!

A construção das três personagens é maravilhosa, cada uma com sua realidade, cada uma com sua carga de problemas para suportar, mas a que mais me tocou foi Smita. É muito difícil para mim compreender o sistema de castas do hinduísmo, que basicamente condena uma pessoa antes mesmo dela nascer. Eu sei que a segregação social existe em diversos lugares, incluindo o Brasil, mas na minha concepção é mais difícil quando se baseia na hereditariedade. Ah, o sistema foi oficialmente abolido, mas ainda é preservado socialmente. Nossa, como Smita e a filha sofrem, é triste demais!

Não é um livro ruim ou mal construído, encontrei uma pequena falha no enredo, mas nada que estragasse a história como um todo: Smita, como dalit, não aprende a ler/escrever, mas foi capaz de deixar um bilhete para o marido em determinado ponto da narrativa. Acho que o que pesou mesmo no fato de eu ter achado o livro simplesmente ok e não imperdível foi o elo efêmero que Laetitia Colombani encontrou para unir as personagens. Mas como eu sempre digo, isso é um problema meu, algo que eu esperava e que não necessariamente a autora tinha obrigação de entregar.

Título Original: La Tresse ✦ Autora: Laetitia Colombani
Tradução: Dorothée de Bruchard ✦ Páginas: 208 ✦ Editora: Intrínseca
Livro recebido em parceria com a editora

22 comentários :

  1. Esse termo dalit me fez lembrar de o clone, a nao ser que eu esteja confundindo as coisas. Quero muito ler esse livro, uma pena que nao foi tudo o que voce esperava. Essa capa é maravilhosa!!! A foto também ta muito linda!!

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  2. Olá, Ana

    Essa é primeira vez que vejo esse livro, e a história parece ser muito boa!
    Não sei se gosto tanto de livros que contam a história de vários personagens, porque chega um momento que a história de um ta melhor do que do outro e eu só quero pular kkkkkkkkkkkkkkkk
    Mas já vou adicionar na minha lista e dar uma chance sim, espero não sentir o que você sentiu.

    Beijos

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    1. Quem nunca deu uma saltadinha nas páginas pra chegar na parte interessante logo, né? rs

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    2. Acabei de ler o livro e simplesmente amei. Estou impactada com este final que revela uma relação entre as três mulheres fortes e que nos inspiram. Precisava desta leitura neste momento. Me emocionei e pra mim isto basta.

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  3. Já li alguns livros com essa premissa, pessoas em locais diferentes e que alguma coisa une elas. E mais legal ainda é quando as culturas são muito diferentes, porque assim a gente viaja o mundo né?
    Pena que não foi uma experiência tão maravilhosa, mas as críticas foram muito boas!

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  4. Já tenho uma LC engatilhada para ler A Trança, estou nela mesmo sem ter o livro kkkkk.
    Me parece ser uma leitura interessante, que desperta inúmeras reflexões a cerca da nossa própria vida, sobre o real significado de liberdade, ser livre. E sim, sempre temos algo que nos amarra a algo ou alguém.

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  5. Eu pensei que a ligação entre a vida das três mulheres fosse algo mais, grandioso. Mas de certa forma, até é rs
    As culturas, o jeito que as mulheres são vistas, isso das castas(nunca vou entender tudo) mas a força dessas mulheres, a base para que suas famílias muitas vezes, não desistissem.
    Romper uma geração inteira de coisas já estipuladas, onde mulheres não podem, não devem. É assustador!
    Quero muito ler e sentir essa obra!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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    1. Amiga, é grandioso, mas é singelo, sabe?
      Acho que eu tava esperando um trem mais concreto, um encontro real, talvez?

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  6. Esse tipo de história de contar sobre personagens e vidas diferentes e pontos de vista me chama atenção. Achei super interessante a parte que fala das castas, isso desse sistema ainda permanecer até hoje dando peso na vida das pessoas é algo que intriga, que deixa a gente meio perdido só de pensar, porque é muito fora da nossa realidade, mas nem tanto também. Sempre vai existir isso de separação social, das coisas que formam um grupo de pessoas e por mais que a gente queira que esse tipo de coisa não exista é muito otimismo pensar que algum dia vai acabar. São mulheres e histórias fortes, vidas diferentes, doenças e negócios e religião e tanta coisa no caminho dos sonhos, do esperado e imaginado...gosto disso. Faz a gente refletir nas coisas. Não tinha dado muita bola ainda pro livro mas deu vontade de ler agora.

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    1. Separação social é uma realidade né... Independente de onde a gente vive. Mas acho que choca mais quando é cultural.

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    2. Eu li e amei muito mesmo, até o final para mim foi surpreendente. Inclusive, ao meu ver, o final dá abertura para a continuação da história num próximo volume 💕

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  7. Ana!
    O que acho mais importante em livros do gênero é primeiro poder conhecer a diversidade de cultura dos países, principalmente em relação às mulheres.
    E a força de vontade que elas tem em quererem conquistar a liberdade, independente do que é iporto pela sociedade.
    cheirinhos
    Rudy

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  8. ola
    já vi comentarios sobre esse livro e fiquei com vontade de ler ,gostei da premissa ,e quero conhecer a vida dessa tres mulheres que em algum momento suas vidas se entrelaçam ,mesmo que de maneira sutil.

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  9. Olá! Realmente o título do livro nos leva a acreditar que a vida das personagens iria se conectar, mas mesmo isso não acontecendo acredito que essa pode ser uma leitura incrível, em razão das histórias de luta dessas mulheres, a que mais chamou minha atenção pela resenha foi a história de Smita, embora não conheça muito sobre sua cultura, não tem como não fazer um paralelo com a situação de pessoas aqui mesmo do nosso Brasil, ainda mais sabendo que é algo que oficialmente não existe, mas que ainda acontece muito. Adorei essa capa!

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  10. Eu li tantas resenhas deste livro nessa semana que eu já estava achando que ele é perfeito, já que todas eram 100% positivas. kkk
    Acho bom quando uma obra tem suas falhas, o que nao significa que seja ruim. Curiosa para saber como essas mulheres passam a se conectar e ate mesmo o que é esse acontecimento que acaba unindo essas histórias.

    Silviane, blog kzmirobooks.com• Siga no Instagram: @kzmirobooks

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  11. Olá Ana Clara!
    Que capa linda! É a primeira vez que ouço falar no livro e já achei a trama muito interessante. Eu nunca tinha parado para pensar sobre essa questão da liberdade que você colocou, realmente faz muito sentido. Acho que até inconscientemente colocamos obstáculos na nossa própria liberdade. É uma pena que essa trança entre as personagens seja meio frouxa (trocadilho proposital hehe), tomara que no filme eles modifiquem um pouco para ficar do jeito que você imaginou. Eu também não entendo muito de hinduísmo, mas é absurdo essa discriminação ainda persistir mesmo depois das castas serem abolidas. Espero poder ler o livro em breve.
    Beijos

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  12. Oiii,
    Quero muito ler esse livro, principalmente por achar a capa maravilhosa e o enredo bem interessante. Não fazia ideia que esse livro seria adaptado, ultimamente muitos livros estão.
    Já irei anotar aqui para ler em algum momento da vida. kkk

    Beijinhos: Tempos Literários

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  13. Nossa, como me pude me passar nessa questão do bilhete!! Realmente, uma grande falha no enredo que me deixou curiosa sobre o que a autora diz a respeito (não é possível que ela, os revisores, a editora ou leitores anteriores mais atentos como vc não a tenham informado sobre isso), fiquei tão curiosa quanto sobre o desenvolvimento da história da Smita rsrs

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