Recebi Bruxa Akata em 2018, quando eu ainda era parceira da Record. Acabou que o tempo foi passando e o pobre ficou esquecido no limbo da minha estante, mas desde o final do ano passado eu tenho esse plano de ler meus livros encalhados — tá indo, devagar, mas tá indo, rs — e finalmente decidi dar uma chance para ele. O que mais chamou minha atenção foi essa atmosfera de magia e mistério que transborda até pela capa e nossa, tenho que admitir... Gostei demais!
Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que essa trama não é nada parecida com Harry Potter, num sei de onde as pessoas tiraram isso. Para mim, não faz sentido nenhum essa comparação, parece que não podem ver nada envolvendo magia que já puxam sardinha pra transfóbica, como se ela fosse a única que pudesse escrever fantasia de qualidade. Mas enfim, só queria deixar esse recadinho aqui antes de começar a falar de verdade sobre a história.
Bruxa Akata tem como protagonista uma jovem de 12 anos, Sunny. Ela é filha de nigerianos, mas nasceu nos Estados Unidos e, além disso, é albina. Possui todos os traços comuns do seu grupo étnico, os igbos, mas obviamente a cor da sua pele atrai olhares curiosos. Sabe quando a gente sente que não se encaixa em lugar nenhum? É exatamente isso que Sunny sente, até que descobre que é uma pessoa-leopardo e mais que isso, é uma agente livre, uma pessoa com poderes mágicos que nasceu de pais comuns.
Para completar esse enredo incrível, Nnedi Okorafor incluiu um vilão que age sequestrando crianças, e não é difícil imaginar que Sunny será uma das responsáveis por capturá-lo, juntamente com seus amigos Orlu, Chichi e Sasha. Porém, o ponto alto do livro é cultura nigeriana que a autora fez questão de abordar. Pesquisando um pouquinho sobre ela na internet, descobri que ela também é estadunidense com descendência africana, então suponho que tenha sentido uma necessidade muito grande de escrever essa história, para deixar claro que seu país de origem não apaga toda uma trajetória, né?
É claro que temos muitas passagens focadas nessa mitologia, mas é claríssimo que ela também tem muita influência na cultura africana, principalmente nos costumes e tradições. Como a protagonista é igbo, existem várias referências sobre essa cultura em específico, até mesmo na descrição das roupas, da culinária... Mas o povo efik também é bastante citado, já que Chichi pertence à esse grupo. São culturas riquíssimas e é interessante ver o quão diferente são das nossas. Os livros da Chimamanda Adichie também exaltam muito a Nigéria de forma geral, também indico bastante.
Também fiquei impressionada com a escrita de Nnedi Okorafor, é tão fluida e envolvente que eu mal via as páginas passando. Achei brilhante a forma como ela vai apresentando os conceitos e como eles se autoexplicam com o decorrer das páginas, ou seja, ela não precisa ficar parando a narrativa toda hora para explicar o que é um juju, por exemplo — e sim, se vocês quiserem saber o que é, vão ter que ler! Ah, várias vezes surgem palavras em igbo, que, na minha opinião, só ajudam no processo de imersão. Os capítulos curtos também ajudam muito!
É justamente por isso que acho que comparar Bruxa Akata com Harry Potter é uma tremenda injustiça, porque é uma trama muito, mas muito original. Eu gosto muito de Harry, vocês sabem bem disso, mas eu nunca tinha lido nada parecido com a criação de Nnedi Okorafor. A magia aqui é algo muito mais natural, mais sobrenatural, para falar a verdade. Ai gente, só lendo para saber mesmo, porque é muito diferente e criativo.
O final foi a única coisa que deixou a desejar, acho que podia ter sido melhor desenvolvido, menos corrido, com mais ação... Só que ao mesmo tempo deixa um gancho muito bom para a continuação, Akata Warrior, cujo lançamento está previsto para esse ano aqui no Brasil. Outro adendo que não tem nada a ver com a história e sim com a edição brasileira são os problemas de tradução racista, os mesmos que foram encontrados recentemente no primeiro volume de Cidade da Lua Crescente. Fica aí a sugestão para que a Galera Record revise também seus livros mais antigos.
To com vontade de ler essa fantasia, mesmo eu estando nao tao animada pra ler devido ser mais jovem acho, acho que pela representatividade vale bem a pena. Mas vai ter quantos livros essa serie, pq acho que esse segundo que nem lançado foi, demorou vir nao?
ResponderExcluirOlá, Ana
ResponderExcluirAno passado tava todo mundo falando desse livro, adicionei ele na minha lista, mas tinha até me esquecido dele!
A história parece ser incrível, e minha vontade de ler ele aumentou muitooooooo
A capa é muito maravilhosa!
Beijos
Achei essa capa tão bonita e chamativa. Também tenho esse plano de ler os encalhados HAHAHA vamos ver se conseguimos :D
ResponderExcluirComo nunca vi nenhuma resenha desse livro, estou em um universo desconhecido. E também não sabia que comparavam a HP. Pela resenha, parece um livro incrível! Fico chateada com esses erros da Galera Record, espero que melhorem cada vez mais.
Toda vez que vejo uma resenha sobre Bruxa Akata fico imaginando como deve ser interessante mergulhar na cultura nigeriana, a qual a maioria de nós, tem pouco acesso.
ResponderExcluirA comparação é infundada mesmo.... coisa de fandom ch@to
Eu li esse livro ano passado, eu acho rs nesse projeto infinito de desencalhar livros na estante. Também sigo firme nessa tentativa de continuar limpando os antigos rs
ResponderExcluirEu amei muito esse livro, por trazer um pouco da cultura da Nigéria e também pelo fato de trazer uma personagem tão jovem e com uma força tão grande!
Não sabia que vinha uma segunda obra por aí rs Adorei!!
E isso da revisão também ajuda muito!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Lembro que fiquei querendo ler esse quando saiu, mas fui perdendo o interesse depois de ver falando que não gostaram do final, comparações e outras coisas. Acho que seria legal sim pela cultura que mostra, sei que iria amar saber dessas coisas da história, detalhes de cultura e comida e todas essas coisas. Isso seria facilmente o ponto alto do livro. Mas a história no geral ainda fico meio pé atrás. Talvez com a continuação veja mais graça pra ler, saber onde a trama vai parar e tal talvez anime mais. Vamos ver se sai mesmo.
ResponderExcluirAna !
ResponderExcluirDesde de o lançamento desse livro que tenho vontade de ler, porque gosto dessa magia misturada com sobrenatural e agora fiquei mais interessada ainda por saber que ela inclui a cultura nigeriana que é algo que não vemos muito nos livros e gostaria de conhecer mais.
cheirinhos
Rudy
Olá! Fiquei bastante curiosa em relação a esse livro desde a primeira vez que bati o olho nessa capa, essa é a primeira resenha que leio dele e me deixou ainda mais curiosa em conferi isso tudo que foi dito aqui, curto muito esse tipo de leitura que mistura culturas diferentes em fantasia. Bjs
ResponderExcluirApesar de gostar de conhecer a cultura de outros países que pouco sáo retratados nos livros esse náo me chamou tanto a atenção.
ResponderExcluirFantasia não é um gênero que curto muito .pouco leio .
E estou querendo mudar isso nesse ano .Mas estou querendo ler fantasia em volumes unicos .e difícil de encontrar .Mas prefiro assim
Parabéns pela resenha. Ótima como sempre
Oi, Ana
ResponderExcluirGanhei esse livro já tem um tempo, ia ler e depois descobri que tem continuação. Quero muito que o segundo livro venha logo.
Interessante o universo que a autora criou mostrando mais da cultura africana, que somos diferentes e podemos lutar por igualdade, conhecer quem somos, nossa essência. Assim como a personagem se descobriu.
Depois de ler sua resenha minha vontade de ler aumentou e fico contente por não se parecer com Harry Potter (que amo).
Beijos
Olá! Também estou tentado tirar a poeira de alguns livros que estão parados aqui na minha estante, sobre o livro, é sempre muito bacana poder mergulhar em novas culturas, ainda mais uma que não conheço tanto, apesar de achar a protagonista super novinha, acredito que essa possa ser uma leitura muita bacana, quando olho para toda essa magia e suspense que o enredo possui.
ResponderExcluirOlá Ana Clara!
ResponderExcluirEssa é a primeira resenha desse livro e o pensamento é: "Pq nunca tinha ouvido falar dele antes????". Eu adoro histórias que envolvem mitologias diferentes, principalmente as pouco conhecidas, por isso gostei tanto da resenha. Gostei de saber também que a autora insere termos desconhecidos na trama de forma natural, e que os capítulos são curtos. Uma pena esse racismo na tradução, também acho que a editora deveria rever isso, afinal a Galera é uma editora de peso, além de ofensivo pega muito mal na imagem deles.
Beijos
Amiga,
ResponderExcluirAcredita que sempre que eu via esse livro ficava com curiosidade para ler, mas nunca procurei saber sobre sua trama.. Ao ler agora fiquei bastante curiosa por ser algo diferente e que vai trazendo um pouco da cultura da autora, isso gostei demais.. bom, se envolve magia é obvio que o povo vão querer comparar com HP.. nem sei pra que, cada livro tem sua historia..
Beijinhos: Tempos Literários