Jennifer Niven é reconhecida, principalmente, pelo seu livro Por Lugares Incríveis. Tive o prazer de lê-lo em meados de 2015 e até hoje é uma das minhas histórias preferidas, mesmo com toda carga dramática. Também gostei bastante de Juntando os Pedaços, ainda que tenha sentido que faltou alguma coisa para realmente me marcar. A questão é que eu nunca pensei que a mesma autora pudesse fazer com que eu tivesse os mesmos sentimentos duas vezes, com duas histórias diferentes, em momentos diferentes, até ler Sem Ar.
Já aviso que não é um livro cheio de reviravoltas, com uma trama impressionante ou algo do tipo, então não criem muitas expectativas nesse sentido. O que marca realmente é a forma como a autora conduz a história, um clichê de verão perfeito. Não que Claudine Henry concordasse com minha afirmativa anterior, visto que seus planos eram viajar com a melhor amiga antes de irem para a faculdade. Ela realmente não esperava passar um mês inteirinho em uma ilha deserta porque seu pai decidiu que não queria mais ser um homem casado.
Além de ter que lidar com a dor dessa separação — afinal, seus pais nunca brigavam ou davam pistas desse rompimento —, Claude se vê obrigada a acompanhar a mãe nessa viagem para que, de alguma forma, ambas consigam superar o acontecimento. Acontece que a ilha é realmente isolada: não tem sinal de telefone, muito menos wi-fi, portanto, a protagonista realmente acreditava que ficaria sozinha, num limbo, tendo que lidar com milhões de sentimentos... E eis que ela conhece Jeremiah Crew.
Jeremiah Crew... Miah... O garoto dos sonhos de qualquer adolescente, o crush literário que promete conquistar um milhão de corações. Digo com certeza que ele é responsável por Sem Ar ser o que é: uma história sobre se (re)encontrar. A relação entre Miah e Claude é a coisa mais linda de se acompanhar, porque a medida em que ele mostra que, apesar das dificuldades a vida pode sim, ser boa, Claude vai deixando seu perfil de menina mimada e egoísta de lado.
Assim como eu, muitas pessoas podem torcer o nariz para os pensamentos e atitudes de Claudine, principalmente nos primeiros capítulos da trama. Ela é realmente o tipo de garota que só pensa em si mesma, que acha que o mundo gira em torno dela, e muitas vezes perdi a paciência com essas características. A verdade é que, com 26 anos, acabo achando os dramas adolescentes muito exagerados, apesar de entendê-los — afinal, eu também fui uma jovem de 18 anos com os mesmos tipos de problemas, né? Ao mesmo tempo, Claude amadurece e aprende tanto durante o desenvolvimento da trama que, no fim, não foi difícil "aceitar" algumas decisões erradas que ela tomou.
Jennifer Niven gosta bastante de desenvolver temáticas importantes para essa fase da nossa vida, como o fim do Ensino Médio e as incertezas que vêm depois dele, primeiro amor, amizades, sexo e sexualidade... Tudo o que mais gostamos de encontrar em livros voltados para o público jovem. De certa forma, é uma época que a gente se sente muito sufocado, né? Temos que fazer escolhas difíceis, eventualmente dizer "adeus" para as pessoas que nos acompanharam praticamente a vida inteira, enfrentar o desconhecido. A obra representa muito bem esse sentimento de não conseguir respirar, por isso eu amei tanto, e amei o título também.
A autora tem uma forma de escrever única, perceptível em todos os seus livros lançados no Brasil: adora frases de efeito e abusa da atmosfera melancólica, como se desde o início quisesse preparar o leitor para desfechos iminentes. Isso também acontece em Sem Ar, porque vejam só, se o enredo gira em torno de um romance de verão, já começamos a ler sabendo que, ora ou outra, ele vai acabar. Aqui, o que importa de verdade são os aprendizados que vão surgir como resultado dessa situação, que eventualmente serão lembrados no decorrer da vida dos personagens.
Eu precisava dessa história para confirmar que nada na nossa vida tem fim caso a gente queira, porque as memórias ficam para sempre. Tanto que, para Jennifer Niven, Sem Ar é um compilado de momentos que ela mesma viveu, o que deixa tudo ainda mais bonito. Miah e Claude são capazes de arrancar suspiros, mas o que toca mesmo é o fato de ser o retrato perfeito para a autodescoberta. Até então, é definitivamente meu livro preferido da autora.
Tradução: Alessandra Esteche ✦ Editora: Seguinte
Eu estou com Por Lugares Incríveis para reler e aliás, preciso fazer isso urgente. Esse novo livro da autora, mesmo não tendo aquilo tudo de reviravoltas e ação, traz o ser humano, o reencontrar, o recomeço e também o sentir em suas várias formas.
ResponderExcluirAcredito que seja esse o grande diferencial, trazer o ser humano em sentimentos!
Com toda certeza, é um livro que quero muito ler se tiver oportunidade!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Olá
ResponderExcluirAinda não li nada da autora.
Confesso que tramas juvenis não chamam tanto a minha atenção
Curiosamente eu amo os jovens!!acho essa etapa da vida táo linda tao cheia de energia .
Mas depois dessa resenha é de outras super positivas que li a respeito de Sem Ar já coloquei esse livro na minha lista de desejados!.otima resenha como sempre .
Bjs
Ganhei o livro em top comentarista de um ig literário. E leria em uma LC mas não chegou a tempo.... mas vou ler en breve.
ResponderExcluirAmo a escrita da Jen, Juntando os Pedaços foi uma leitura muito emocionante.....
Já estou ansiosa para conhecer Jeremiah
Ah!! Quero muito ler esse livro, justamente por ser um tanto pessoal pra autora, e acho que quando isso acontece, traz uma certa intimidade pra historia e que nós leitores talvez nos identificamos mais.
ResponderExcluirMuito curiosa pra ler essa historia, e ainda nao li juntando os pedaços também, preciso ler!
ANA!
ResponderExcluirGosto de livros que trazem mudanças, amadurecimentos e reflexões, mesmo que sejam com personagens adolescentes; como falou, já passamos por essa fase e sabemos o quanto a impetuosidade e a falta de expiriência, podem trazer dúvidas e complicações.
Não li ainda, mas bem quero.
cheirinhos
Rudy
Carambaa, eu li outra resenha desse livro e não esperava que acontecesse isso tudo no livro. Que legal ver várias opiniões, eu adoro quando isso acontece e vejo o mesmo livro, na mesma sema, em blogs diferentes HAHAHA mas enfim, raras vezes li romances de verão, justamente por esse final que deixa a gente até triste, pq esperamos outra coisa. Mas que bom que você gostou tanto!
ResponderExcluirOlá! Acho que sou um dos poucos terráqueos que não estão assim muito empolgados com esse lançamento, (confesso que eu até fujo um pouco dos enredos da autora), então, acredito, que não será dessa vez que eu vá dar uma oportunidade a sua escrita (#sorry).
ResponderExcluirOlá Ana Clara!
ResponderExcluirQue atire a primeira pedra quem nunca se emocionou com as histórias de Niven. Me lembro de ter chorado rios com Por lugares incríveis. Mas confesso que não me interessei muito por esse lançamento, até ler esse resenha. Gostei de saber da evolução dos personagens, da relação do título com a trama e as questões que a autora sabe abordar tão bem. Acho que vou dar uma chance pro livro.
Beijos
Olá,
ResponderExcluirNunca li nada da autora, mas agora estou pirando para ler esse livro!!!! tem cara de ser muito bom e to precisando de um livro assim.
Gostei bastante da capa.
Lembro que quando Por lugares incríveis tava no auge, fiquei com muita vontade de ler, mas depois passou a vontade e nunca li
beijos
Amigaaa,
ResponderExcluirQuando vi esse lançamento eu sabia que precisava dele e com certeza ler ele.. Amo demais a escrita da autora e a trama que ela traz na historia é comovente. Eu quero demais esse livro e saber se será meu favoritado ou não.. apesar de que amo demais Juntando os Pedaços.
Beijocas:
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