A Última Carta de Amor foi o meu terceiro contato com a Jojo Moyes, autora de inúmeros livros que já foram publicados aqui no Brasil. Confesso que minha curiosidade se deu justamente pelo lançamento do filme homônimo na Netflix — o qual também comentarei minhas opiniões —, mas não imaginei que fosse realmente me afeiçoar aos personagens e torcer por eles, ainda levando em consideração o enredo que gira em torno de traições.
Logo no começo somos apresentados à jornalista Ellie Haworth, que está passando por uma fase delicada em sua vida desde que começou a namorar um homem casado: passou a chegar com atraso no trabalho e já não consegue desenvolver a escrita como antes. Para tentar salvar sua carreira, Ellie decide escrever uma matéria inesquecível, e é nesse momento que uma carta de amor dos anos 1960, endereçada à Jennifer Stirling cai em suas mãos. A partir daí, descobrir se Jennifer e "B" tiveram um final feliz se tornou a meta de Ellie, que acaba encontrando outras cartas e, a partir delas, somos transportados ao passado, onde conhecemos verdadeiramente a história de Jennifer, uma mulher casada disposta a largar tudo para viver um grande amor.
Sendo assim, temos três pontos em A Última Carta de Amor. No presente, acompanhamos Ellie tentando lidar com seus problemas ao mesmo tempo em que luta para encontrar um desfecho para sua matéria e para sua vida. Por sua vez, as partes narradas na década de 60 foram divididas em dois momentos, separados por um acidente em que Jennifer perde a memória. Assim, temos um passado um pouco mais distante em que entendemos como Jennifer e Anthony — o "B" que citei no parágrafo anterior — se conheceram e se apaixonaram e um passado mais recente logo após o acidente, em que Jennifer tenta se reencontrar.
O mais interessante desse livro é que Jojo Moyes nos leva a pensar muito. Ellie usa as cartas de Anthony e Jennifer como justificativa para o seu próprio relacionamento: se tiver dado certo para ela, há uma chance, ainda que ínfima, de dar certo para ela também. Mas convenhamos que apesar de se tratarem de relacionamentos extraconjugais, o cenário é diferente. Jennifer vivia em uma época em que os maridos usavam as esposas apenas como troféus, não existia amor de verdade. Assim, quando experimentou o sentimento, estava disposta a fazer de tudo para vivê-lo. Com Ellie só consegui sentir que ela estava se atolando em algo que não daria futuro, sabem? Então me peguei julgando-a enquanto apoiava Jennifer, inda que as duas fossem vítimas das circunstâncias.
Apesar de ter uma trama emocionante, A Última Carta de Amor possui um defeito enorme, que é a narrativa extremamente lenta. Eu conseguia ler, no máximo, 30 ou 35 páginas por dia. São muitas idas e vindas, muitos detalhes que só começam a fazer sentido da metade para o final do livro. Tem que ter muita paciência, mas afirmo que vale a pena, porque acompanhar o crescimento das protagonistas, ainda que tenham feito escolhas erradas no decorrer do caminho, foi muito especial. Ainda assim, senti que ficou faltando a emoção que acredito que a autora queria passar.
O filme, que está disponível na Netflix desde o final de julho, faz exatamente o que o livro não faz, transmite os sentimentos das protagonistas, consegue demonstrar verdadeiramente como o amor é grandioso e emocionante. Além disso, mudaram detalhes da vida de Ellie (Felicity Jones) que me agradaram bastante, que têm relação com o que "reclamei" no parágrafo anterior. Com certeza isso foi crucial para eu ter gostado muito mais do filme que do livro.
Outro ponto interessante é que a adaptação é muito mais dinâmica, ou seja, as características que tornaram a narrativa lenta não existem. O passado e o presente se mesclam muito bem, se complementam maravilhosamente. As cenas de Jennifer (Shailene Woodley) e Anthony (Callum Turner) são arrebatadoras, esperamos ansiosamente por elas, ainda que as partes protagonizadas por Ellie sejam igualmente boas — com direito, inclusive, a um romance inusitado, construído com muita delicadeza.
Os eventos do passado são o ponto alto do filme, e a ambientação dos anos 60 é impecável e muito charmosa, principalmente porque os cenários são intercalados entre Paris e Londres que, convenhamos, são perfeitos para qualquer filme romântico. Achei que Shailene Woodley e Callum Turner se deram muito bem em cena, é realmente emocionante vê-los contracenando. A gente acredita de verdade que são duas pessoas vivendo um romance proibido, avassalador. Felicity Jones e Nabhaan Rizwan, que interpresa seu par romântico, também têm muita química, mas o que existe entre eles é muito mais calmo. Quando comparado com o outro casal de protagonistas, acabam ficando um pouco de lado.
O filme A Última Carta de Amor é perfeito para aqueles dias em que procuramos algo bem melodramático para assistir, sabem? Um dia de TPM, um dia que a gente quer dar uma choradinha de leve, sei lá... Inclusive, a cena final me deixou boiolinha demais, vocês não têm noção. De qualquer forma, indico ambas as obras, cada uma com suas características que as tornam especiais.
Título Original: The Last Letter From Your Love ✦ Autora: Jojo Moyes
Páginas: 384 ✦ Tradução: Adalgisa Campos da Silva ✦ Editora: Intrínseca
Livro recebido em parceria com a editora
Ana!
ResponderExcluirSou bem fã dos livros da Jojo e apesar de todo esse enredo de traições, que nunca me apetece muito, acredito que acabamos sendo envolvidos pelas traições do passado e do presente...
Não sabia do filme e vou assistir com toda certeza.
cheirinhos
Rudy
Amiga eu odeio plot de traição, mas achei que Jojo soube conduzir bem nesse livro, pelo menos em relação aos eventos do passado!
ExcluirTao falando tao bem do filme, ser melhor que o livro, n sei se vejo antes mesmo ou leio primeiro.
ResponderExcluirTo curiosa pra conhecer essa historia. Espero gostar também
Ainda não li nada da Jojo, mas ja tenho uns livros que quero ler dela.
Nossa, como essa atriz está linda nesse filme.
ResponderExcluirSó li Como eu era antes de você da Jojo, mas com certeza me daria a oportunidade de ler outros, gosto da escrita dela, por mais que tenha decidido não ler a continuação do livro que citei, mas por motivos da própria história e não da escrita dela.
E quanto ao filme, ainda não vi também. Mas você falou tão bem que bate logo a vontade de conhecer HAHA
Como eu ainda não li o livro, ver o filme trouxe uma experiência totalmente diferente, pois vi sem querer fazer comparações na cabeça e isso foi maravilhoso!
ResponderExcluirÉ um filme gostoso de ser visto, emocionante em algumas partes e isso de juntar os pedaços de presente e passado para mim, foi maravilhoso!!!
Preciso muito ler o livro sim e penso que vou rever o filme em algum momento, só para me emocionar novamente!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Poucas vezes gosto mais da adaptação que do livro, e com A Última Carta de Amor foi assim. Então, se me perguntarem se compensa ler o livro, confesso que vou dizer que não. rs
ExcluirAcontece não é Ana?! Raro mas acontece...de se conectar mais com a adaptação do que com o livro.
ResponderExcluirComo #JojoLover assumida, amei o livro, ainda que Ellie tenha me irritado muito.
O filme eu assisti como se fose algo novo, em nenhum momento, pensei no livro e isso tornou o filme muito bom
Ainda não li o livro nem assisti o filme, mas todos falam tão bem da Jojo que acredito que seja bom mesmo com a narrativa um pouco arrastada. As vezes o fim compensa tanto que até esquecemos esse detalhe.
ResponderExcluirDanielle Medeiros de Souza
danibsb030501@yahoo.com.br
Olá
ResponderExcluirAmo um filme romântico. Já vou assistirNáo li o livro é .ele nem está na minha lista de desejados mas o filme sim .gosto de um bom filme dramático rsrs
Drama é tudooooo.
ExcluirOi, Ana
ResponderExcluirFaz um tempinho que li esse livro, ainda tenho a versão econômica que comprei da revista Avon.
Na época comprei vários livros da Jojo Moyes, me apaixonei pelos livros dela.
Mas comprei o livro com a capa do filme ( jacket) que chegou no mesmo dia do lançamento do filme.
Concordo com você que o livro é mais lento e fica bom do meio para o fim.
Amei o filme, o elenco, figurino, ambiente das cenas, tudo maravilhoso. Gosto de assistir filmes com a Shailene Woodley, ela e Callum Turner ficou um casal perfeito.
Beijos
Olá Ana Clara! Esse livro foi um dos meus primeiros contatos com a escrita da autora, há uns bons anos já. Eu lembro que gostei, e não me recordo de ter achado o enredo lento, embora isso possa mudar caso eu faça uma releitura. O filme está apaixonante, adorei os cenários, as roupas, sem falar que sou fã da Shailene desde Divergente.
ResponderExcluirBeijos
Olá! Ainda não li esse livro da autora, pois confesso que tenho receio em me decepcionar, afinal esse não é um tema que eu curta muito, mesmo sabendo que ela soube desenvolver de uma maneira sensível a questão da traição, não sei se conseguiria encarar a leitura.
ResponderExcluirAi menina, dá um chance!
ExcluirPelo menos pro filme... Acho que no filme conseguiram "corrigir" algumas coisinhas que causam mal estar, sabe?