A fibrose cística é uma doença hereditária, sem cura, que faz com que seus portadores produzam secreções mais espessas que o normal, que se acumulam nas glândulas exócrinas do corpo, atingindo principalmente o pulmão e o pâncreas. Maya, irmã mais nova de Cat, tem essa doença e, para facilitar um pouco as coisas com o tratamento, toda a família se muda para Bahía de la Luna, uma cidade nublada no litoral da Califórnia.
A questão é que a cidade é tão gelada que atrai inúmeros fantasmas, e Cat morre de medo de qualquer coisa sobrenatural. Maya, por sua vez, possui um grande desejo de se comunicar com alguém que já fez a passagem, visto que não tem muito tempo de vida e tem muita curiosidade de saber como é o pós-morte. Pode até parecer um papo meio sombrio para uma criança, mas Maya é cheia de vida e divertida, mesmo tendo consciência da fribrose cística e suas consequências.
No começo, Cat até tenta evitar qualquer coisa que minimamente diferente, mas a tarefa se torna praticamente impossível porque os moradores da Bahía de la Luna respiram fantasmas, por assim dizer. O local tem uma tradição mexicana bem forte, tanto que a cidade inteira celebra o Día de los Muertos — data em que os fantasmas visitam seus entes queridos, então há uma grande festa com música, diversão e comida gostosa.
Eu achei o quadrinho muito fofo, principalmente porque deve ser desafiador falar sobre um tema tão complexo quanto a morte para um público mais infantil, e Raina Telgemeier conseguiu fazer isso de forma muito leve. Por exemplo, Cat não tinha medo dos fantasmas em si, e sim da partida iminente da irmã mais nova. A magia, então, está no recado transmitido, que a morte não precisa ser o fim da linha.
A única coisa que me aborreceu um pouquinho foi a forma mesmo como Cat lidava com qualquer coisa dita "anormal". Tem uma cena no livro em que ela e Maya encontram um gatinho preto e a personagem fala que o bichano dá azar por causa da cor. Achei um pouco irresponsável, porque é uma crendice originada na Idade Média que repercute até hoje. Não sei se vocês sabem, mas os gatinhos pretos demoram 13% a mais de tempo para serem adotados em relação aos bichanos de outras colorações, tudo isso por conta do preconceito, sem contar os maus-tratos. Então eu acredito que coisas do tipo só reforçam o estereótipo, o que não é legal.
Tirando isso, Fantasmas é uma leitura bem bacana. É uma ótima pedida para crianças que estão começando a ler, inclusive. Raina Telgemeier também é autora de Coragem, história em quadrinhos de total sucesso que fala sobre ansiedade na infância de uma forma bem sensível.
Ainda não conhecia essa HQ, Ana!!!
ResponderExcluirAdorei a premissa e sua representatividade. Mas concordo com você, em gênero número e grau, quanto a questão do gato preto
Pleno 2022 né miga, não dá pra relevar.
ExcluirNao conhecia esse quadrinho ainda, mas gostei do tema que traz na historia, e sim bem legal trazer esse assunto pra uma historia mas focada inicialmente pro publico infantil. Parece ser uma historia bem bonitinha. Fiquei curiosa em ler!
ResponderExcluirChato mesmo isso do gatinho preto. Puxa, eu se um dia puder adotar um(minha cachorra ainda não pensou nessa hipótese) mas será preto sim, por conta disso, dos maltratos, do ainda serem usados no interior para as tais magias.
ResponderExcluirDito isso, o quadrinho é muito desejado, até por ter amado Coragem e já ver que é bem infantil e eu amar isso!!!
Esperando baixar o precinho rs
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
E o sonho de mainha que é ter um gato preto? hahahaha
ExcluirLegal a abordagem da doença e de que a morte não deve ser tão temida.
ResponderExcluirUma pena a bola fora na questão do gatinho preto. Até entendo que deve ter abordado para mostrar justamente que a questão do azar é crendice, mas nem todos podem entender dessa forma.
Danielle Medeiros de Souza
danibsb030501@yahoo.com.br
Que lindo!!! Que mensagem legal que esse livro livro traz. Fiquei encantada!
ResponderExcluirAna Clara!
ResponderExcluirA cultura mexicana tem essa característica em cultura dos fantasmas.
Deve ter sido bem abordado para mostrar às crianças.
E ainda tem a questão médica, espero que tenha sido bem abordada.
cheirinhos
Rudy
Ola Achei bem legal a autora usar uma HQ infantil para falar sobre essa doença. Espero que ela tenha de alguma forma transmitido mais sobre essa doença tão pouco falada
ResponderExcluirEu curto muito quadrinhos. Geralmente enredos assim conseguem me deixar bem pra baixo e triste, mas parece que a forma como o assunto é tratado ajuda na leitura. Com certeza é uma obra que tem muito aprendizado e isso é o que me atrai nesse tipo de leitura. Concordo plenamente com você em relação a esse fato do gato preto, embora não tenha lido pra ver o contexto todo de como o assunto é elaborado. Quero ler, com certeza!
ResponderExcluirEu to querendo muito ler esse livro, amo demais quadrinhos.
ResponderExcluirEu to curiosa com essa história desde que saiu, inclusive tbm ficaria chateada com as reações da cat, n gosto de personagem que tem uns surtos qndo algo sai fora da normalidade. isso da crendice de gatos é complicado mesmo pq tem épocas q o pessoal nem coloca gato preto pra adoção pq algumas pessoas costumam usar de sacrifício.
Enfim, curiosa com esse quadrinho, espero ler ainda esse ano.
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Difícil de acreditar que isso perdura até os dias de hoje, misericórdia. Os póbi dos bichinhos...
ExcluirOlá! Confesso que fiquei surpresa com a temática do livro, mas achei muito interessante o fato da autora abordar esse tema, ainda mais porque na nossa cultura ele pode ser ainda um tabu.
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