R. J. Palacio é mundialmente conhecida por seu livro Extraordinário, que foi adptado para as telas de cinema em 2017 com Jacob Tremblay no papel de Auggie Pullman. Depois disso, o sucesso da história do menininho que nos ensina muito sobre empatia e amor só cresceu, dando mais visibilidade, também, para sua autora. Ela escreveu outros livros derivados do mesmo universo, como Auggie & Eu, 365 Dias Extraordinários e até mesmo Pássaro Branco, um romance em quadrinhos maravilhoso que narra a história da avó de Julian, um dos personagens de Extraordinário, durante a Segunda Guerra Mundial.
Dessa vez, Palacio lançou uma história com personagens totalmente desconhecidos, em uma época bem diferente da nossa, mas sem deixar sua essência de lado: o protagonista de Uma Jornada Sem Fim é uma criança e o livro, na minha opinião, também é voltado para o público infantojuvenil, mesmo com o tom misterioso que carrega. Aqui, acompanhamos Silas Bird, um menino de 12 anos, órfão de mãe, cujo melhor amigo, Mittenwool, é um fantasma.
Silas e seu pai vivem sozinhos em uma casa humilde em uma cidadezinha do interior. O Pai, além de sapateiro, manda muito bem na fotografia, mas utilizando processos bem diferentes dos que conhecemos hoje. Estamos falando de meados de 1860, época em que as tecnologias eram muitíssimo limitadas. Para vocês terem ideia, a primeira fotografia de que se tem registro foi tirada em 1826 pelo francês Joseph Niépce, poucas décadas antes dos acontecimentos de Uma Jornada Sem Fim. Por causa desse conhecimento na área da fotografia, que pode ser aplicada na arte de imprimir dinheiro, o Pai foi sequestrado em uma madrugada, deixando um Silas desesperado para trás.
Apesar de ter sido orientado pelo Pai a ficar em casa, Silas sentia em seu coração que devia procurá-lo. E convenhamos, não devemos ignorar nunca um pedido do nosso coração, né? Essa certeza só aumentou quando um enigmático pônei preto de rosto branco apareceu para ajudá-lo, parecendo saber exatamente para onde ir. A partir daí, Silas desbrava as perigosas paisagens do Centro-Oeste americano na companhia de um contrariado Mittenwool. Embora sua maior vontade fosse simplesmente alcançar o Pai, Silas acaba encontrando muito mais coisas pelo caminho, algumas inimagináveis.
Eu gosto muito da forma como R. J. Palacio retrata assuntos mais sérios visando um público mais jovem. Desde o começo ficou muito claro para mim que Silas, na verdade, tinha uma mediunidade muito bem desenvolvida. Além de ver, ele podia ouvir e falar com os espíritos. É possível que, quando mais novinho, fosse difícil para ele diferenciar as pessoas reais, em carne em osso, dos fantasmas. Prova disso é Mittenwool, que o acompanha desde bebezinho: Silas não entendia porque só ele conseguia notar a presença do amigo, e sofreu muito quando compreendeu que essa característica o tornava diferente das outras pessoas.
Poder se comunicar com os espíritos foi o que salvou Silas, principalmente durante essa jornada. Não posso dizer exatamente o papel deles, mas acredito que foram eles que guiaram o personagem. E eu acredito que, de uma forma ou de outra, mesmo depois de partirem, as pessoas que amamos ou que estão ligadas a nós de alguma forma também estão por aqui guiando nossos passos, cuidado de nós. Para mim, essa é a principal mensagem que R. J. Palacio quis passar com esse livro.
Eu tive apenas uma questão com essa história: expectativa. É muito bonita, o livro também é muito bonito com sua diagramação diferenciada e as fotografias antigas na abertura dos capítulos, mas a verdade é que eu esperava me emocionar demais e esse sentimento não foi correspondido. É claro que é emocionante, afinal, estamos falando sobre a jornada de uma criança de 12 anos, mas eu queria ter sido tocada de uma forma mais profunda. Acho que queria algo que me fizesse chorar, me fizesse pensar naquilo por muito tempo, e não foi assim que eu me senti. E aí volta aquela questão do público alvo: acho que se a autora tivesse se aprofundado mais, tornado a história mais dramática, talvez não pudesse ser indicada para crianças com a mesma faixa etária do protagonista.
Ainda assim, gostei muto de Uma Jornada Sem Fim, não só pela narrativa encantadora, mas por ser uma forma de mostrar que o amor transpõe barreiras espiriturais. Além disso, foi esse livro que me fez ficar com vontade de ler as outras obras da autora, então podem esperar comentários sobre elas por aqui!
Título Original: Pony ✦ Autora: R. J. Palacio
Páginas: 336 ✦ Tradução: Giu Alonso e Ulisses Teixeira ✦ Editora: Intrínseca
Livro recebido em parceria com a editora
Esse livro é um tanto diferente dos primeiros da autora por ter a parte de mistério e sobrenatural, mas não deixa de apresentar lições de vida importantes.
ResponderExcluirDanielle Medeiros de Souza
danibsb030501@yahoo.com.br
Eu ainda não li nada da autora mas tenho muuuito curiosidade desde que assisti o filme extraordinario que amei muito.
ResponderExcluirSim, ela fala de temas bem importantes de uma maneira bem delicada.
Acho que vou gostar muito dos livros dela.
Ola
ResponderExcluirAinda não li Extraordinário mas quero muito .
Não imaginava que essa trama se passava em um período longínquo Achei que fosse atual .A jornada de Silas parece ser muito emocionante.
Palacio é sinônimo de livro emocionante, então essa sua expectativa que não foi atendida é muito justa.
ResponderExcluirConcordo com você quando diz que Silas ten mediunidade é a autora trás isso de forma natural sem nomear
Sempre que pego algo dela já espero um trem de chorar, sério kkkk
ExcluirEu li Extraordinário, claro rs e li também. Pássaro Branco está entre os livros favoritos desse ano e por isso, assim que Uma Jornada foi lançado, eu fui lá e comprei.
ResponderExcluirSó não li ainda, mas vou fazer isso nesse ano ainda(Deus me ajuda?) mas estou com expectativas altas, principalmente sim, por ter criança envolvida, por trazer esse tantão de emoções.
Mas respeito super sua opinião, só quero que seja diferente pra mim rs
Eu quero lágrimas.
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Pássaro Branco TUDO para mim.
ExcluirAna!
ResponderExcluirÉ que Extraordinário foi tão profundo e emocionante, que ficamos na expectativa de que os novos livros também sejam.
Gostei muito do novo personagem e de sua história com os fantasmas. O mais importante é a lição que o livro traz.
cheirinhos
Rudy
Acho que sou um desses que já colocou expectativas lendo a resenha, afinal o enredo parece ser tão perfeito e emocionante dentro dessa aventura. Vi o filme Extraordinário, e foi meu único contato com a autora, mas com certeza leria todos os livros e esse já entrou para minha lista de desejados. Fui até ver o preço, mas ainda tá um pouco salgado, irei esperar uma promoção.
ResponderExcluirOiiie,
ResponderExcluirEu só li um livro dela que foi extraordinário, já sabia que ela tinha lançado vários livros, mais não tive oportunidade de ler.. sendo que não sabia desse livro dela e que agora sabendo da trama fiquei muito curiosa pra ler ele..
Acredito que nem todos os livros vão te fazer emocionar, talvez é mais pra refletir.
Extraordinário é tudo de bom, impossível não gostar.
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